Segundo ele, deputados não querem estender a comissão por mais 2 meses.
Pedro Fernandes (PTB-MA) também reclamou de falta de quórum na CPI.
O deputado Pedro Fernandes (PTB-BA), presidente da CPI do Carf, criticou nesta terça-feira o que ele chamou de tentativas de “acabar” com os trabalhos da comissão. Ele disse que os integrantes da CPI, que tem prazo inicial para se encerrar na próxima sexta-feira (15), não querem aceitar a prorrogação dos trabalhos por mais 60 dias.
PF apura corrupção em órgão da Fazenda.
A prorrogação foi pedida relator, João Carlos Bacelar (PR-BA), que alegou precisar de mais tempo para aprofundar as investigações. A CPI apura um esquema de a venda de sentenças no Conselho Administrativo de Recursos Federais (Carf), que é a última instância de recurso de quem questiona a cobrança de tributos da Receita Federal. De acordo com a Operação Zelotes, da Polícia Federal, empresas pagavam a conselheiros do Carf para obter decisões favoráveis no órgão.
“Eu quero fazer esse registro, essa minha indignação, de quererem acabar com a CPI que pode dar um resultado bom. Agora, se cancela a CPI por falta de não sei o quê e se prorroga a CPI do futebol [no Senado] por mais 60 dias? Por quê? Porque lá nap teve lobby suficiente para acabar com a CPI?”, questionou Fernandes.
O deputado também reclamou do baixo comparecimento dos colegas à comissão. “Estamos aqui dispostos a trabalhar. O que podemos fazer é que aqueles membros faltosos aqui pudessem ser substituídos. Há muito que não se tem quórum aqui nessa comissão”, criticou.
As críticas do presidente da comissão foram repetidas por alguns dos deputados da CPI. Segundo Joaquim Passarinho (PSD-PA), prorrogar a comissão seria uma maneira de ouvir pessoas ligadas a grandes empresas com suposto envolvimento nas irregularidades. “Na hora que a gente chegaria nas grandes pesoas, a gente tem a comissão esvaziada e a decisão de não proprrogar”, criticou.
O deputado Aliel Machado (Rede-PR) também defendeu a prorrogação por mais 60 dias. Segundo ele, o pedido do relator é “prudente”.
Alterações em MPs Ao longo da operação, a PF passou a investigar, além da venda de sentenças do Carf, um suposto pagamento, por parte de empresas, de propina aparlamentares para que estes incluíssem alterações em medidas provisórias (MPs). As mudanças nas medidas concederiam benefícios fiscais às empresas.
Duas medidas provisórias editadas durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva são investigadas pela Polícia Federal.