Waldir Maranhão foi à casa de Cunha, em Brasília, em carro oficial.
Supremo decidiu suspender mandato e afastar Cunha da presidência.
O presidente interino da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), foi visto no início da noite desta sexta-feira (6) em Brasília deixando a residência de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que teve o mandato de deputado suspenso e foi afastado da presidência da Casa por decisão do Supremo Tribunal Federal na quinta-feira.
STF afasta presidente da Câmara
Maranhão deixou a casa de Cunha no carro oficial da Câmara, acompanhado de comboio, mas não parou para falar com jornalistas. A assessoria de imprensa do presidente interino da Câmara não confirmou a ida de Maranhão à casa de Cunha. De acordo com a assessoria, não havia reunião entre os dois prevista para esta sexta. Os dois se falaram na quinta por telefone, segundo a assessoria. A longo da tarde desta sexta, também passaram pela casa de Cunha os deputados Rogério Rosso (PSD-DF), André Moura (PSC-SE) e Fabio Garcia (PSB-MT). Waldir Maranhão não compareceu à Câmara durante todo o dia. Em sua residência, recebeu o secretário-geral da Casa e marcou para terça (10) reunião de líderes para definir a pauta de votações.
Nesta quinta (5), após a notícia de que o ministro Teori Zavascki havia determinado a suspensão do mandato de Cunha, Waldir Maranhão se dirigiu ao gabinete da presidência da Câmara e sentou na cadeira usada até o dia anterior pelo peemedebista. Aconselhado por outros deputados de que não pegaria bem usar o gabinete antes de uma decisão do plenário do Supremo, ele retornou ao gabinete da vice-presidência. Após os 11 ministros do STF decidirem manter o afastamento de Cunha, Maranhão participou de uma reunião com alguns líderes partidários e membros da Mesa Diretora.
Preocupado com a avaliação dos pares de que não teria condições para exercer a presidência, o deputado do PP tentou demonstrar otimismo. Vocês vão se surpreender comigo, afirmou a eles, segundo relatou ao G1 um deputado que participou da reunião. Mas, logo depois, na mesma reunião, o presidente interino da Câmara fez um pedido que gerou risos entre osparlamentares. Maranhão perguntou se seria possível levar adiante uma pauta de votações leve para o plenário nas próximas semanas.
Os demais deputados explicaram que, no atual momento de turbulência, não haveria espaço para isso. Aliado de Cunha, mas contrário ao impeachment de Dilma Rousseff, Waldir Maranhão tem atuação discreta na Câmara. Só se pronunciou no plenário uma vez neste ano, exatamente quando proferiu voto contra a continuidade do processo de afastamento da presidente. Aliado de Cunha Waldir Maranhão foi eleito vice-presidente da Câmara em fevereiro de 2015, com o apoio de Cunha. Ele está no terceiro mandato de deputado federal. O primeiro foi entre 2007 e 2011, quando o político ainda era filiado ao PSB. Já pelo PP, ele se elegeu novamente nas eleições de 2010 e de 2014.
Como aliado de Cunha, Maranhão decidiu limitar a investigação no Conselho de Ética sobre o então presidente da Casa. Com isso, o peemedebista não poderá ser investigado sobre as acusações de que teria recebido propina, conforme relato de delatores da operação Lava Jato.