Bruno Araújo (PSDB) foi o autor do voto que selou o destino da presidente.
Seis deputados defenderam a chefe do Executivo e houve uma abstenção.
Saiu da bancada de Pernambuco, com 25 nomes, o voto que selou o destino da presidente Dilma Rousseff (PT). Coube a Bruno Araújo (PSDB) o papel de protagonista na história do impeachment da chefe do Executivo federal. Com ele, outros 17 deputados federais do estado optaram pelo prosseguimento do processo de afastamento no Senado. Seis parlamentaresforam contra. Houve uma abstenção.
Quando o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), chamou os pernambucanos para dar início à votação da bancada, faltavam cinco votos para a definição favorável ao impeachment. O primeiro convocado, Adalberto Cavalcanti (PTB), disse não. Depois, veio a sequência que garantiu a vitória aos oposicionistas do governo do PT.
Anderson Ferreira (PR) se lembrou de falar de sua base eleitoral, Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, e disse o primeiro sim da bancada local. André de Paula (PSD), um dos três secretários de estado do governo Paulo Câmara (PSB) que reassumiram os cargos de deputado federal só para participar da sessão, homenageou os três suplentes substituídos (Cadoca, Raul Jungmann e Fernando Monteiro).
Augusto Coutinho (SD), que é suplente, mas não foi substituído pelo titular, Felipe Carreras (PSB), salientou a importância de a bandeira verde e amarela voltar a ser o símbolo do Brasil. Ele se referiu ao fato de o atual governo usar o vermelho como cor preponderante. Betinho Gomes (PSDB) enumerou os crimes de responsabilidade cometidos pela presidente.
Em seguida, foi a vez de Bruno Araújo (PSDB), que entrou para a história. Eram 23h07 quando ele começou o voto, com lágrima nos olhos: Quanta honra o destino me reservou de poder, da minha voz, sair o grito de esperança de milhões de brasileiros. Senhoras e senhores, Pernambuco nunca faltou ao Brasil. Carrego comigo nossas histórias de luta pela liberdade e pela democracia. Por isso eu digo ao Brasil, sim para o futuro, discursou.
Com o resultado já definido, Danilo Cabral (PSB) foi o próximo. Secretário estadual e integrante do núcleo de apoio ligado ao ex-governador Eduardo Campos, que morreu em 2014, ele lembrou do ex-candidato à Presidência. Depois, surgiu a primeira surpresa ao longo dia: Eduardo da Fonte (PP), que durante todo o processo se posicionou favorável ao governo petista, votou pelo impeachment.
Fernando Filho (PSB) foi rápido e disse sim. Gonzaga Patriota (PSB) defendeu eleições gerais e citou a necessidade de o parlamento mudar de postura para deixar de ser olhado de uma maneira muito ruim. O ex-governador e ex-senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) ressaltou que Dilma Rousseff merecia ser punida por ter mentido aos brasileiros.
João Fernando Coutinho (PSB) e Jorge Corte Real (PTB) deram voto curto e simples. Real ressaltou a importância da retomada do desenvolvimento econômico e se lembrou dos parentes. Kaio Maniçoba (PMDB) também optou pelo prosseguimento do processo.
Coube a Luciana Santos (PC do B), ex-prefeita de Olinda, fazer o primeiro discurso inflamado da bancada pernambucana para defender a presidente. É uma injustiça. Dilma é uma mulher séria e honrada, declarou.
Marinaldo Rosendo (PSB) também lembrou Eduardo Campos. Mendonça Filho (DEM), um dos articuladores da oposição ao PT, falou sobre a tradição do estado em lutas libertárias e citou a necessidade de punição de Dilma por causa dos crimes de responsabilidade.
Pastor Eurico (PHS) votou sim, em defesa da vida e da família. Ricardo Teobaldo (PTN) optou pelo não e disse que a presidente era uma mulher séria . A outra surpresa da noite foi a postura de Sebastião Oliveira (PR). Secretário de estado, fez questão de reassumir o cargo. Impediu o suplente (Raul Jungmann PPS) de votar a favor do afastamento e anunciou a posição: abstenção.
Ferrenho defensor do PT e de Dilma, Sílvio Costa (PTdoB), um dos líderes da tropa de choque contra o impeachment, levou vaias, mas deu o recado, com a voz rouca de sempre e um rosto abatido. Uma das heranças que posso deixar para meus filhos, netos e bisnetos é a honra e a integridade. Pela segunda vez, a elite brasileira está torturando a presidente Dilma. A história vai mostrar que a alegria é tristeza, discursou.
Tadeu Alencar, outro que integra o grupo próximo a Eduardo Campos também citou o ex-governador antes de dizer sim e falar em necessidade de reconstrução da sociedade. Wolney Queiroz (PDT) manteve a fidelidade ao partido e disse não. Por fim, Zeca Cavalcanti (PTB) encerrou a participação pernambucana, lembrando a origem (Sertão) e a defesa da democracia: votou não.