Trocas envolvem parlamentares pró e contra o afastamento de Dilma.
Exonerações atingem governos federal e de 9 estados.
Deputados deixaram o comando de ministérios e secretarias estaduais para reassumir seus mandatos na Câmara e participar da votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, prevista para ocorrer no domingo (17).
Possível afastamento de Dilma é analisado
Segundo levantamento feito pelo G1, 26 parlamentares de 9 estados retomam seus mandatos, ainda que temporariamente.
As trocas levam para a Câmara 17 parlamentares favoráveis ao impeachment e 9 contrários. Dos 26, 4 pertencem ao PT, 6 ao PMDB, 4 ao PSD, 3 ao PSDB e 2 ao PSB. Os demais são do PPS, PTB, DEM, PR, PSC e PV.
No caso dos 17 que entram a favor do impeachment, saem 12 que declararam voto a favor, um contra e 4 indefinidos ou que não declararam voto.
No caso dos 9 que entram contra o impeachment, saem 4 que declararam voto contra, dois a favor e 3 que estão indefinidos ou que não declararam voto.
Entre os ministros de Dilma, retornaram Marcelo Castro (Saúde), Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Mauro Lopes (Aviação Civil) do PMDB, e Patrus Ananias (PT), ministro de Desenvolvimento Agrário, todos contrários ao impeachment. Entre os suplentes, dois não divulgaram o voto, um votaria contra e outro a favor.
Em São Paulo, foram exonerados o secretário de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro (PSDB), Samuel Moreira (PSDB), da Casa Civil; Arnaldo Jardim (PPS), da Agricultura e Rodrigo Garcia (DEM), da Habitação. Roberto de Lucena (PV-SP), que era secretário de Turismo, deixou o posto no começo de abril. Todos votarão pelo impeachment de Dilma.
Os suplentes também votariam a favor do impeachment: Mendes Thame (PV), Lobbe Neto (PSDB), Marcelo Aguiar (DEM), Roberto Freire (PPS) e William Woo (PP-SP).
No Rio de Janeiro, quatro deputados voltam: Pedro Paulo Carvalho, secretário executivo municipal de governo; Sérgio Zveiter, secretário municipal de habitação; Arolde de Oliveira (PSC), secretário de Trabalho e Renda; e Marco Antônio Cabral, secretário estadual de Esporte e Lazer.
Entre os suplentes, Laura Carneiro (PMDB) posicionou-se a favor do impeachment. José Augusto Nalin (PMDB) não divulgou sua opinião.
No Paraná, Valdir Rossoni (PSDB), atualmente chefe da Casa Civil do estado, havia divulgado que iria reassumir para votar a favor do impeachment, mas desistiu. Segundo sua assessoria, ele desistiu por orientação de advogados. O objetivo é evitar que Osmar Bertoldi (DEM), um dos suplentes da coligação, que está preso preventivamente acusado de agredir a ex-noiva, segure a vaga até que seja julgado.
Em Goiás, Thiago Peixoto (PSD), que estava na Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Goiás, voltou para votar a favor do impeachment, segundo a chefe de gabinete do parlamentar. Sandes Junior (PP), que sai, se posicionou a favor.
Na bancada de Pernambuco, retornam o secretário das Cidades de Pernambuco, André de Paula (PSD), para votar a favor do impeachment; Felipe Carreras (PSB), do Turismo, e Danilo Cabral (PSB), do Planejamento, que, favoráveis impedimento, manifestaram interesse em participar da votação; e Sebastião Oliveira (PR), secretário de Transportes, também a favor do impeachment. Os suplentes também votariam a favor.
Em Minas Gerais, Odair Cunha (PT) deixa a secretaria de Governo para votar contra o impeachment, bem como Miguel Correa (PT), da Ciência e Tecnologia e Ensino Superior.
Na bancada, que inclui dois ministros que votam contra o impeachment, saem quatro suplentes. Ademir Camilo (PTN) e Silas Brasileiro (PMDB) não se pronunciaram. Wadson Ribeiro (PCdoB) e Adelmo Carneiro Leão (PT) votarão contra o impeachment.
No Piauí, saem Rejane Dias (PT) do comando da Secretaria de Educação, e Fábio Abreu (PTB), secretário de Segurança, ambos contrários ao impeachment. Na bancada, o ministro da Saúde também votará contra. Eles substituem Flávio Nogueira (PDT) e Mainha (PP) que também votariam contra. Silas Freire (PR) não foi encontrado.
Em Santa Catarina, João Paulo Kleinübing (PSD), até então secretário de Saúde, e Cesar Souza (PSD), da Secretaria Executiva de Assuntos Estratégicos, pediram exoneração e retornaram à Câmara. Angela Albino (PCdoB), uma das suplentes, informou que votaria contra o impeachment. Edidnho Bez (PMDB) não foi encontrado. A assessoria do PMDB em Santa Catarina informou que Bez tem posicionamento favorável ao impeachment.
No Ceará, Adail Carneiro (PDT) retomou o mandato para votar contra o impeachment. Seu suplente, Paulo Henrique Lustosa (PP), votaria contra.