Inquérito já foi instaurado pela Polícia Civil e resultado sai em 15 dias.
Integrantes da CPI dos Maus-tratos de animais acompanham o caso.
O aparecimento dos rabos de animais em São Lourenço (MG) ainda intriga a polícia da cidade. Segundo o delegado que coordena o caso, Marcel Junqueira, a hipótese mais provável é que o material tenha sido apenas depositado na cidade. “O que nos intriga é que nenhuma ocorrência de sumiço de animais ou mesmo de mutilação foi registrada na região. Tal fato indica que os rabos tenham sido apenas deixados na cidade. O que já foi comprovado é que não se tratam de gatos, mas sim de caudas de cachorros”, diz delegado.
Membros da CPI dos Maus-tratos, responsável por apurar casos do tipo no país, se reuniram nesta sexta-feira (4) com autoridades policiais na cidade. Para o presidente da comissão, deputado Ricardo Izar (PSD-SP), a reunião foi necessária porque o caso teve repercussão internacional. “Viemos a São Lourenço porque recebemos uma quantidade absurda de e-mails e ligações querendo saber mais sobre o caso, inclusive notificações de integrantes de associações de proteção aos animais de outros países. A divulgação do fato foi muito grande e, hoje, participamos de uma reunião produtiva que apontou que as insvestigações da polícia estão bem avançadas”, conta o presidente da CPI.
O vice-presidente da CPI, deputado Laudívio Carvalho (PMDB-MG) salientou a importância da atuação da Comissão nessa investigação. Segundo ele, uma das funções da CPI dos maus-tratos é auxiliar nas investigações dos casos que envolvem agressões aos animais.
“Uma nota técnica foi desenvolvida em conjunto com a polícia de São Lourenço e será encaminhada às autoridades dos estados que fazem divisa com a cidade, pois a proximidade com São Paulo e Rio de Janeiro, podem contribuir nas investigações. Acreditamos que é muito provável que o corte dos rabos tenha sido feito em outro lugar e município serviu apenas como desova para o material”, explica o vice-presidente da CPI.
O inquérito já foi instaurado pela Polícia Civil e o resultado deverá ficar pronto em 15 dias. “O envio do material recolhido aqui na cidade já foi encaminhado para o instituto de criminalística que apontou que, possivelmente, os cortes dos rabos tenham sido feitos para o consumo da carne e não para fins estéticos veterinários, mas ainda não temos nada concluído”, conta o delegado que coordena as investigações.
A perícia recolheu o material para análise e percebeu que a maioria dos rabos apresentava uma raspagem em forma de espiral, feita por algum tipo de máquina, mas até agora a Polícia Civil não soube dizer o que pode ter acontecido com os animais.
Um laudo preliminar feito por veterinários da prefeitura apontou que os rabos são na maioria de cães e que diferente do que se pensava, eram em torno de 150 e não 500. Além disso, o documento feito pela prefeitura descartou a hipótese levantada pela polícia de que os animais teriam sido comercializados como churrasco durante a “Festa de Agosto”, que aconteceu na cidade dias antes do aparecimento das caudas. Segundo a análise, os animais foram sacrificados após a realização do evento.
Para tentar identificar responsáveis pelo surgimento de mais de 500 caudas de animais em terrenos baldios de São Lourenço (MG), o grupo “Patrulha Animal” lançou nas redes sociais uma campanha com recompensa de R$ 2 mil para quem tiver pistas sobre o possível autor das mortes.