Líderes indicarão deputados para integrar comissão do impeachment.
PMDB fará eleição para definir líder; PT busca acordo; PSDB já escolheu.
Com o retorno das atividades no Congresso Nacional nesta semana, os partidos se articulam para definir os novos líderes das bancadas na Câmara para 2016. Os novos líderes serão os responsáveis por indicar os deputados integrantes da comissão especial que analisará o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Além dessa responsabilidade atípica , estão entre as atribuições do líder de partido orientar a posição da bancada nas votações e negociar em nome da bancada com a oposição e com o governo.
Além disso, o líder participa das reuniões com os seus pares e com o presidente da Casa para definir o que entrará na pauta de votações do plenário.
PROCESSO DE IMPEACHMENTPossível afastamento de Dilma é analisadoentenda: vídeo interativoperguntas e respostascomo funciona o processodecisão de aberturajustificativa de cunhao que diz o pedido
A maior expectativa e o maior impasse entre os partidos está na bancada do PMDB, a mais numerosa da Câmara. A legenda, que tem 67 deputados, realizará uma eleição para determinar o novo líder no dia 17 de fevereiro.
Os deputados peemedebistas terão de escolher entre o atual líder, Leonardo Picciani (RJ), de perfil mais próximo ao governo, e o deputado Hugo Motta (PB), aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e que pode atrair votos da ala dissidente do partido, que, como Cunha, defende o rompimento com o Palácio do Planalto.
O deputado Leonardo Quintão (MG), que liderou a bancada por pouco tempo no final de 2015, chegou a se candidatar ao posto, mas recuou e anunciou que deixaria a disputa.
A desistência de Quintão que passou a apoiar Picciani ocorreu depois de Hugo Motta anunciar que também concorreria à liderança do partido na Câmara. A candidatura do deputado da Paraíba é uma estratégia de Cunha e da ala do partido crítica ao governo Dilma para enfraquecer a candidatura à reeleição de Picciani e diluir os votos dos deputados peemedebistas entre os dois candidatos.
PT O PT, partido da presidente Dilma Rousseff, é uma das legendas que deve definir nesta semana o nome do líder da bancada na Câmara.
Os três deputados petistas candidatos ao posto são Afonso Florence (BA), Paulo Pimenta (RS) e Reginaldo Lopes (MG).
O atual líder da bancada, Sibá Machado (AC), disse que o sucessor será escolhido pela corrente Mensagem ao Partido e disse que a expectativa é que o nome seja resultado de acordo, para que não seja necessária uma votação.
Outra bancada que deve bater o martelo nesta semana é o DEM, partido de oposição à presidente. O deputado mais cotado é Pauderney Avelino (AM), mas o atual líder, Mendonça Filho (PE), disse que o nome só será oficializado após reunião do partido nesta semana.
Para liderar a bancada do PRB, ficou acertado no ano passado que o nome seria o do deputado Márcio Marinho (BA), mas haverá reunião nesta semana para confirmar a escolha, segundo a assessoria da bancada.
O PTB, que era liderado até o ano passado pelo deputado Jovair Arantes (GO), também se reúne nos próximos dias, assim como o PC do B. O PP, de acordo com a assessoria, deve tratar dessa questão após o Carnaval.
Já foram escolhidos o líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), e do PDT, Weverton Rocha (MA). Foram reconduzidos ao cargo os líderes do PSD, Rogério Rosso (DF); do PSB, Fernando Coelho Filho (PE); e do PR, Maurício Quintella (AL).
Impeachment Em dezembro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a comissão especial da Câmara que analisará o pedido de impeachment de Dilma só pode ser formada por indicados por líderes de partidos, sem chapas avulsas.
Depois de Cunha dar início ao processo de impeachment de Dilma, os deputados chegaram a eleger uma chapa alternativa, formada por deputados da oposição e dissidentes da base aliada.
O Supremo, no entanto, anulou a eleição. Por isso, a definição foi arrastada para este ano e estará nas mãos dos líderes partidários.