Câmara discute se autoriza abertura de impeachment da presidente Dilma.
Líderes tiveram entre 3 e 10 minutos para falar, dependendo da bancada. Deputados debatem pedido contra Dilma.
Líderes dos partidos com representação na Câmara dos Deputados discursam neste domingo (17) em mais uma fase das discussões que vão decidir se autorizam ou não a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. A sessão começou às 14h deste domingo. Antes dos líderes, discursou o relator do processo na comissão especial do impeachment, Jovair Arantes (PTB-GO). Arantes defendeu seu relatório que recomenda a abertura do processo de afastamento da presidente da República e argumentou que Dilma cometeu fatos gravíssimos, que atentam contra a Constituição. É hoje, agora nesse parlamento, que vamos dar uma resposta à população brasileira. Fortalecendo ainda mais a nossa democracia. Minha resposta já é conhecida e não foi uma escolha sem fato legal. Há fatos gravíssimos, que atentam contra a Constituição, contra essa casa, contra as finanças públicas, contra a transparência e contra o país, disse Jovair.
A previsão da direção da Câmara é que a votação do impeachment tenha início por volta das 16h. Esses discursos foram feitos antes do processo de votação, no plenário, da autorização.
Saiba o que disseram os líderes favoráveis e os contrários ao impeachment, por ordem de discurso, que foi definida pelo tamanho da bancada, da maior para a menor.
Leonardo Picciani (PMDB-RJ) A bancada do PMDB vai dar voto favorável ao processo de impedimento. A bancada do PMDB tomou essa decisão por entender que as circunstâncias políticas que o país vive hoje, que as circunstâncias que levaram ao início do processo estariam preenchidas integralmente. […] Jamais imaginei que a minha geração viveria esse momento novamente.
Afonso Florence (PT-BA) “Essa votação que buscava se lastrear no discursos anticorrupção perdeu sua legitimidade.” “Esse impeachment não tem crime de responsabilidade. Esse impeachment é golpe. Esse relatório é do golpe. Essa defesa do impeachment de que o Brasil vai melhorar pretende jogar o Brasil na incerteza porque os regimes de exceção se iniciam nesse discurso.”
Antônio Imbassahy (PSDB-BA) Hoje é o dia decisivo, em que vamos escolher o Brasil que queremos daqui para frente. Pelo voto dado, seremos marcados e julgados para sempre. Teremos oportunidade de escolher de que forma queremos entrar para história. Pela porta da frente, com o impeachment, ou pela porta dos fundos, de mãos dadas com uma presidente que mentiu para o país e levou o país para a mais profunda crise.”
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) “Durante todo o tempo que exerci a função de ministro no 1º governo Dilma, posso atestar inúmeras qualidades da presidenta, dedicada, disciplinada, obstinada e fiel às suas convicções.” “O Brasil precisa se unir nesta hora grave. Precisa ter esperança e voltar a construir o futuro junto da sociedade. É por isso que, por maioria absoluta, encaminho a bancada a votar sim pela admissibilidade do processo.”
Aelton Freitas (PR-MG) “Um processo de impeachment que partiu de parâmetros voláteis. […] Está clara a desobediência aos pressupostos para o impeachment. Não houve dolo, sobretudo quando a presidente Dilma assinou os decretos de crédito e nas ‘pedaladas’.” “Pelo espírito de liberdade, reitero os termos da posição do PR contra a admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff.”
Rogério Rosso (PSD-DF) Eu queria registrar que cada um dos 513 deputados, aqui somados os votos válidos, individuais ou por legenda, representamos 96 milhões de eleitores. Portanto, estamos, do ponto de vista, constitucional, jurídico e eleitoral, absolutamente legitimados. “O relatório do Jovair Arantes é cristalino, é claro e está à luz do direito. Portanto, devemos, sim, admitir a denúncia.”
Fernando Coelho Filho (PSB-PE) “Pode não ser a solução ideal, mas é a solução legal, prevista, constitucional e por isso a mais adequada neste momento. O Brasil está mergulhado em graves crises: política, ética, social. E por isso eu devo dizer com a responsabilidade, tenho muito respeito à figura da presidenta, mas ela perdeu autoridade e credibilidade para liderar uma agenda mínima que tire o país desta situação.” Pauderney Avelino (DEM-AM) “Estamos trabalhando democraticamente para fazer a mudança no Brasil. Estamos hoje votando o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os preceitos constitucionais preliminares estão atendidos no relatório de Jovair Arantes. Feriu a Lei de Responsabilidade Fiscal, feriu o Orçamento Federal. E a pena é para o crime de responsabilidade é o impedimento. Márcio Marinho (PRB-BA) “Nós viemos aqui hoje para ratificar que a posição dos 22 parlamentares do PRB é pela admissibilidade deste processo. Não estamos cassando ninguém. Analisar se cometeu crime, isso é com o Senado. Mas queremos dar oportundiade para que a população possa ver se houve ou não. Mas temos a certeza que houve.” Wilson Filho (PTB-PB) É preciso reconhecer que o PT fez bem à democracia. Seu grande legado foi firmar a busca da igualdade como tema central da nossa democracia. O PT fez um bem ao entrar e fará um bem ainda maior ao sair. […] A presidente não tem condições de reverter o quadro e precisamos de mudanças urgentes.”