Novo calendário saiu de um acordo dos líderes dos partidos. Relator entrega na quarta o parecer dizendo se concorda ou não com o pedido.
A comissão de impeachment marcou para quarta-feira (6) a apresentação do relatório final.
O novo calendário saiu de um acordo dos líderes dos partidos. O relator Jovair Arantes entrega na quarta-feira (6) o parecer dizendo se concorda ou não com o pedido de impeachment. Os trabalhos ficam suspensos por duas sessões, até o fim da tarde de sexta, quando os deputados voltam para iniciar a discussão do relatório.
Na segunda-feira, os deputados retomam o debate sobre o relatório, que terá de ser votado no mesmo dia, quando termina o prazo de 15 sessões para a comissão encerrar os trabalhos. Quarenta e oito horas depois de publicado no Diário Oficial da Câmara, o relatório, então, vai ao Plenário da Câmara para a votação final. A data mais provável, segundo o presidente Eduardo Cunha, é o dia 15 de abril.
Nós estamos trabalhando nessa comissão exatamente o que manda a Constituição, o regimento a 1079 e a decisão do Supremo, disse o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), presidente da Comissão.
Enquanto a comissão anda em ritmo acelerado, no Palácio do Planalto a ordem é segurar as indicações prometidas em troca de apoio contra o impeachment. A presidente Dilma anunciou que vai adiar a reforma ministerial, que vem sendo negociada desde que o PMDB rompeu com o governo. Os cargos só vão ser entregues depois da votação do impeachment na Câmara.
E no Senado, um grupo de liderado por Waldir Raupp, ex-presidente do PMDB, propôs uma nova eleição para presidente e vice em outubro. Deputados e senadores teriam que fazer uma emenda à Constituição, mudando a regra do jogo eleitoral.
O presidente do Senado, Renan Calheiros, que também é do PMDB, e tem sido um dos críticos do rompimento do partido com o governo, declarou apoio à proposta de Raupp. Mas Renan Calheiros ampliou a proposta: falou em eleições gerais, para presidente, deputados, senadores e governadores.
Eu acho que a antecipação da eleição presidencial é uma outra coisa. A tese da eleição geral que está sendo defendida, eu acho que a tese da eleição geral que tá sendo defendida é uma tese, sem dúvida nenhuma, mais ampla e pode significar uma resposta da política ao Brasil que continua a demonstrar muita ansiedade nesse momento, afirmou o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado.
Dilma voltou a usar a palavra golpe para definir o pedido de impeachment contra ela. A presidente, que vem dizendo que não renuncia sob hipótese alguma, foi mais comedida ao responder a uma pergunta sobre a proposta de eleições gerais.
Nem rechaço, nem aceito. Eu acho que é uma proposta. Convença a Câmara e o Senado a abrir mão dos seus mandatos. Aí vem conversar comigo, declarou a presidente.
Será que os deputados e senadores topariam uma nova eleição geral no país? Quer dizer que a responsabilidade pros problemas de instabilidade política é só da Câmara, do Senado, dos poderes. Então, se querem discutir uma coisa séria, a partir de um pressuposto, todo mundo tem que se dispor. Mas acho que a saída é: primeiro, derrotar o golpe e segundo, construir a nova governabilidade a partir da nova coalizão e repactuação que está sendo feita, disse o deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo.
Marina Silva, porta-voz do Partido Rede, num ato contra Dilma e Temer em Brasília, disse mais uma vez que não considera o impeachment um golpe. Mas afirmou que não vê nele a saída para a crise. Marina defende que o TSE casse o mandato de Dilma e do vice, Michel Temer, por ilegalidades na campanha eleitoral.
Estamos vivendo uma das piores crises que o nosso país já atravessou e as alternativas que estão postas no meu entendimento não resolve a magnitude da crise, pra resolver essa crise, só se tivermos um julgamento no TSE que casse a chapa Dilma-Temer, se comprovado que o dinheiro do Petrolão foi utilizado para alterar a vontade soberana dos eleitores nas eleições de 2014, e se convoque uma nova eleição. O PT e o PMDB são igualmente responsáveis pela crise política, pela crise econômica e pela crise ética e moral que estamos vivendo no nosso país, apontou Marina Silva, porta-voz Rede Sustentabilidade.
O deputado Miro Teixeira, do mesmo partido de Marina, disse que vai pedir ao TSE para participar da acusação no processo contra a chapa Dilma-Temer. E no discurso anunciou que votará a favor do impeachment.
Quando eu ouvi a voz da presidente da República oferecendo ao Lula, esta figura que pela qual nos todos aqui já lutamos. Oferecendo ao Lula um papel, o termo de posse para ele usar em caso de necessidade, eu lhes digo, pelo menos aos meus ouvidos, jamais, tão curta frase confessou tantos crimes, disse o deputado Miro Teixeira (REDE-RJ).
Aliados de Temer no PMDB criticaram Marina Silva.
A candidata Marina Silva, ela deveria, como candidata que foi, saber que deve se cumprir a Constituição do país. A Constituição diz que no impedimento da presidente assume o vice-presidente. Existe uma carta magna por que? Pra evitar justamente isso. Que cada um tire uma ideia da cartola. Então, a candidata Marina, ela tem que respeitar a Constituição, como todos os brasileiros, afirmou o deputado Lúcio Vieira Lima, PMDB-BA.