Oposicionistas abriram mão de incluir a delação de Delcídio do Amaral. Governistas querem que Dilma Rousseff seja notificada novamente.
A comissão especial do impeachment da presidente Dilma Rousseff voltou a se reunir nesta terça-feira (22). Os oposicionistas abriram mão de incluir a delação premiada do senador Delcídio do Amaral, que era do PT e está sem partido para evitar que o caso vá parar na justiça. Mesmo assim, os governistas querem que a presidente seja notificada de novo, o que pode atrasar o processo.
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O alcance da investigação contra a presidente Dilma Rousseff foi motivo de embate nesta segunda-feira (21) na primeira reunião da comissão do impeachment. Na semana passada, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, do PMDB do Rio, anexou ao processo a delação do ex-líder do governo, senador Delcídio do Amaral. O pedido original tratava das pedaladas fiscais, o uso de bancos públicos para pagar despesas do governo, e da liberação de créditos pelo governo sem autorização do Congresso.
Os oposicionistas abriram mão de incluir a delação premiada do senador Delcídio do Amaral, que era do PT e está sem partido para evitar que o caso vá parar na justiça. Mesmo assim, os governistas querem que a presidente seja notificada de novo, o que pode atrasar o processo.
A delação do ex-líder do governo, senador Delcidio do Amaral, foi anexada ao processo na semana passada, pelo presidente da câmara, deputado Eduardo Cunha, do PMDB do Rio. O pedido original tratava das pedaladas fiscais – o uso de bancos públicos para pagar despesas do governo – e da liberação de créditos pelo governo sem autorização do Congresso.
A ampliação dos limites da investigação não era consenso também entre os partidos de oposição. Hoje, os líderes dos partidos PSDB, Democratas, PPS, Solidariedade, PSB, PSC, André Noutra, aliado de Eduardo Cunha, e o deputado Darcísio Perondi, da ala do PMDB pró impeachment, se reuniram para fechar uma posição.
Prevaleceu a ideia de que incluir a delação de Delcídio no atual pedido seria dar motivo para o governo começar uma batalha jurídica no Supremo Tribunal Federal com o objetivo de paralisar os trabalhos da comissão.
O presidente da comissão, deputado Rogério Rosso, do PSD, e o relator Jovair Arantes, do PTB, conversaram pela manhã e concordaram com a retirada da delação de Delcídio do Amaral do processo. Eduardo Cunha também foi consultado e não se opôs, assim como os integrantes que fazem parte da direção da comissão. O objetivo é diminuir as chances do processo ir parar na justiça.
O deputado Paulo Teixeira, do PT, disse que a retirada da delação é o reconhecimento de uma ilegalidade e vai requerer que a presidente Dilma Rousseff seja novamente notificada, o que atrasaria o processo porque o prazo de dez sessões teria que começar a ser contado de novo. O presidente da comissão de impeachment, deputado Rogério Rosso, do PSD, disse que a retirada da delação não altera o prazo da defesa da presidente.