A primeira sessão da Comissão Especial aconteceu nesta sexta (18).
Tanto o governo, quanto a oposição, dizem que têm maioria.
O processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff começou a andar com uma sessão no plenário da Câmara. Tanto o governo, quanto a oposição, dizem que têm maioria, mas usando como referência apenas os nomes do papel, quem tem uma pequena vantagem é o governo.
Ao mesmo tempo, os dois lados reconhecem que tudo está muito instável e que o quadro pode mudar dependendo do que acontecer daqui para frente. O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, do PMDB do Rio de Janeiro, disse que a importância da comissão é relativa, porque o plenário da Câmara pode mudar o que for decidido por ela.
Esta sexta-feira (18) foi atípica no Congresso, porque os partidos favoráveis ao impeachment se esforçaram para que a sessão do dia, apenas de debates, tivesse, pelo menos, 51parlamentares e fosse válida para a contagem de prazo para a apresentação de defesa de Dilma Rousseff.
Possível afastamento de Dilma é analisado
A contagem foi aberta às 9h e ainda não tinha presença mínima. A cada novo registro de presença, uma comemoração. Com o número mínimo perto de ser atingido para que a sessão pudesse contar como prazo, Eduardo Cunha foi para o plenário, o que é raro em uma sexta-feira. Onze minutos depois do início da contagem, Cunha fez o anúncio: A lista de presença registra o comparecimento de 51 senhoras deputadas e senhores deputados. Está aberta a sessão.
A deputada Érika Kokay, do PT, foi a única representante do partido a dar presença. Para ela, o empenho dos deputados não se repete em outras comissões, como, por exemplo, no Conselho de Ética, que julga o processo contra o deputado Eduardo Cunha: Todo esse afã, toda essa pressa para que se pudesse dar um quórum para a contagem do tempo na Comissão do Impeachment nós não vimos com o que diz respeito ao presidente da Casa.
Os partidos de oposição fizeram um calendário e estabeleceram que cada um deve contribuir com uma cota de parlamentares para que as próximas sessões continuem tendo a presença mínima e, assim, contem como o prazo para Comissão do Impeachment. A situação desta sexta (18) é atípica. De acordo com direção da Câmara, desde fevereiro do ano passado, uma sessão marcada para uma sexta-feira não atingia o quórum mínimo para a contagem de prazo.
Já eram quase 13 meses sem sessão na sexta. A oposição disse que a mobilização vai ser mantida para o processo não atrasar. Tenho mais absoluta convicção de que os deputados não vão faltar com as suas obrigações e dar um quórum também na próxima quarta-feira, sexta, segunda-feira que virão, sempre com esse pensamento de trazer o quanto antes para o plenário da Casa o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, disse Antonio Imbassahy, líder do PSDB.
A comissão especial que vai analisar o processo de impeachment da presidente foi eleita na quinta-feira (17). Ela tem 65 deputados de 24 partidos. O PMDB e o PT são os que têm o maior número de representantes: oito cada um. Já o PSDB tem seis e o Democratas tem três deputados. Faz parte da comissão o deputado Paulo Maluf, do Partido Progressita, condenado pela justiça francesa por lavagem de dinheiro. O relator da comissão é o deputado Jovair Arantes, do PTB, parlamentar próximo a Eduardo Cunha.
O deputado Rogério Rosso, do PSD, partido da base de apoio do governo, é o presidente. Ele disse que pretende reunir a comissão todos os dias e prometeu rapidez e isenção: Avançar e esclarecer de forma mais transparente, com maior número de reuniões e debate possíveis . É avançar. É realmente dar, como eu disse, o direito de defesa para as partes, mas ao mesmo tempo avançar, porque o país clama por resposta dessa casa.