Acusação e defesa estão firmes em suas teses.
Texto deve ser votado na segunda-feira da semana que vem (11).
Os próximos dias prometem ser quentíssimos em Brasília por causa dos debates em torno do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Acusação e defesa estão firmes em suas teses e já se tenta reduzir um pouco o tempo que cada deputado vai ter para falar no dia do voto.
Vai ser uma semana decisiva na comissão de impeachment. Depois de ouvir três juristas e o ministro da Fazenda na semana passada, os deputados da comissão vão ouvir nesta segunda à tarde o ministro da Advocacia-Geral da União. Na defesa da presidente Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo vai repetir a tese de que a presidente não cometeu crime de responsabilidade.
Nós vamos deixar claro que no regime presidencialista como o nosso, o presidente da República só pode ser afastado de seu cargo se cometer crime de responsabilidade, se tiver fatos graves que qualifiquem atentado à Constituição e que evidentemente ensejem a necessidade da saída do presidente da República.
A oposição insiste que a presidente cometeu crime ao atrasar o repasse de dinheiro para os bancos públicos, nas chamadas pedaladas fiscais, e ainda quando emitiu créditos sem a autorização do Congresso. Os cálculos é de que, pelo menos, 35 dos 65 votos na comissão estão garantidos.
O líder do PSDB, Antônio Imbassahy, criticou o governo por barganhar cargos por votos.
Depois da defesa, o relator, deputado Jovair Arantes, do PTB de Goiás, terá o prazo de até cinco sessões do plenário para apresentar um parecer sobre o pedido de impeachment, mas já anunciou que deve fazer isso antes do fim do prazo, já na quarta-feira (6). Aí, os deputados terão mais alguns dias para analisar o texto, que deve ser votado na segunda-feira da semana que vem.
A comissão de impeachment tem 65 deputados titulares e 65 suplentes. O regimento diz que todos têm direito a falar por até 15 minutos no dia de votação do parecer. Só isso já levaria a mais de 30 horas de sessão, sem contar eventuais debates e discussões, por isso, o presidente da comissão vai tentar conversar com os deputados antes, para ver se é possível chegar a um acordo para reduzir um pouco o tempo de fala de cada um.
O deputado Rogério Rosso disse que a sessão da próxima segunda vai ter que começar bem cedo.