G1 – Globo: Deputados batem boca no Conselho de Ética em votação do caso Cunha

Na hora da confusão, conselho votava requerimento para adiar a votação.

Aliados do presidente da Câmara reclamaram de manobra na sessão.

Deputados no Conselho de Ética bateram boca nesta quarta-feira (9) durante a votação de um requerimento para adiar a votação do parecer preliminar do relator Fausto Pinato (PRB-SP) pela continuidade das investigações sobre o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

No momento do tumulto, os deputados analisavam um requerimento para adiar por cinco dias a votação do relatório prévio. Quando o processo de votação do requerimento estava para ser encerrado, o deputado Paulo Azi (DEM-BA), que é titular do Conselho de Ética e estava atrasado, solicitou autorização para votar.

Aos gritos, aliados de Cunha alegaram que ele não podia participar da votação porque a análise do requerimento estava quase terminado e o presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PSD-BA), estava prestes a anunciar o resultado.

OPERAÇÃO LAVA JATOPF investiga esquema de corrupçãovídeo: o esquemacronologiavídeo: entenda a operaçãovídeo: delação premiadao que é suspeito, acusado e réucondenadosdelatorespolíticosconexões

Exaltados, adversários do presidente da Câmara rebateram e acusaram Araújo de manobra. Houve troca de insultos e xingamentos.

Com os dedos em riste, os deputado Júlio Delgado (PSB-MG) e André Moura (PSC-SE) – um dos principais aliados de Cunha – trocaram acusações no plenário do conselho.

Apesar de confusão, o presidente do colegiado permitiu que Paulo Azi votasse, argumentando que ainda não havia encerrado a votação e estava conferindo a votação dos suplentes.

Com o voto de Azi, o placar da votação ficou empatado, com dez votos de cada lado. Então, coube ao presidente do conselho, que tem voto de minerva, desempatar.

Araújo votou contra o adiamento e deu um recado para o plenário: “Vocês já entenderam que, neste conselho, eu sou o presidente. Se tiverem alguma coisa contra, recorram a quem de direito”, enfatizou.

O Conselho de Ética da Câmara é integrado por 21 membros titulares. Na ausência dos titulares, votam os suplentes pela ordem de registro de presença.

Processo de cassação Alvo de investigação da Operação Lava Jato, Cunha é suspeito de quebra de decoro parlamentar por não ter declarado contas secretas no exterior e de ter mentido, em depoimento à CPI da Petrobras, sobre a existência delas. Ele nega ser o dono dos ativos, mas ter apenas o seu usufruto. Se o processo chegar ao plenário, Cunha pode ter o mandato cassado.

Cunha recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a troca de relator, mas o pedido foi negado pelo ministro Luís Roberto Barroso sob argumentou que o pedido não apresenta nenhuma questão constitucional que permita ao STF interfirir no caso.

Na ação, a defesa alega que o presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araujo (PSD-BA), feriu o direito de Cunha, ao nomear um relator do PRB, Fausto Pinato (SP), que intregrava o mesmo bloco parlamentar do PMDB, que levou Cunha à Presidência da Câmara.

Em sua decisão, porém, Barroso afirmou que trata-se de “interpretação de dispositivos internos da Câmara”. Para ele, Nesse contexto, “a questão deve, em princípio, ser resolvida pela própria instância parlamentar, sem intervenção do Judiciário”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *