Médicos pediram dispensa por conta de salários atrasados.
Comissão de Saúde disse que negociará retorno dos profissionais.
O Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital São João de Deus (HSJD) em Divinópolis está com atendimentos suspensos para pacientes da região e casos eletivos. Segundo o chefe do setor, o médico Marco Antônio Leão, cerca de 30 profissionais trabalham no local. Contudo, a paralisação ocorreu porque 15 médicos pediram dispensa por conta dos salários atrasados há cerca de quatro meses. A assessoria do hospital não confirma a dispensa dos profissionais.
De acordo com o vereador Edmilson Andrade, que é presidente da Comissão de Saúde na Câmara do município, no mês de janeiro foram definidos repasses para o HSJD que garantiria o pagamento de parte dos salários dos médicos. Mas, segundo o vereador, os profissionais não esperaram e agora a intenção é acertar os salários dos médicos que ainda trabalham no setor e buscar profissionais de outras cidades.
Na reunião que ocorreu no dia 25 de janeiro em Belo Horizonte, estiveram presentes o sócio-diretor da Dictum, empresa interventora responsável pela administração do HSJD, Áriston de Oliveira Silva, o superintendente da unidade Afrânio Emílio Silva, o promotor de Justiça Sergio Gildin, o presidente da Comissão de Saúde Edmilson Andrade, os deputados Jaime Martins, Fabiano Tolentino, Fábio Avelar e representantes do deputado Domingos Sávio, além da superintendente regional de Saúde, Gláucia Sbampato.
Ficou definido que a Prefeitura repassaria dez parcelas de R$ 300 mil que começaram a ser pagas em fevereiro. O Estado ainda depositou na última sexta-feira (26) R$ 1,5 milhão e mais três parcelas de R$ 1 milhão serão depositadas na conta do hospital nos próximos meses, disse o vereador Edmilson Andrade.
Deste total R$ 7,5 milhões serão usados para pagar a dívida com os médicos que deve estar atualmente em torno de R$ 9 milhões, segundo o parlamentar.
Além disso, há um aporte do Governo do Estado de mais de R$ 17 milhões para abrir mais 20 CTIs no HSJD, que atualmente conta com 20 leitos para adultos, com dez leitos reservados para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Mais R$ 400 mil mensais para abertura da sala vermelha que é o Pronto Socorro dentro da unidade. Houve ainda durante a reunião o comprometimento da Prefeitura em repassar recursos atrasados na ordem de R$ 4,5 milhões da UPA 24h que agora serão depositados na conta do hospital. Cobraremos essa dívida, destacou.
A dívida com os médicos é a menor do hospital. Mas é essa dívida que trava a unidade” presidente da Comissão de Saúde, Edmilson Andrade
No último mês também foi realizada uma reunião com o superintende regional da Caixa Econômica Federal, Marcelo Bonfim, onde a comissão solicitou uma carência de cinco anos para voltar a pagar as parcelas da dívida com a instituição bancária que gira em torno de R$ 40 milhões.
O hospital atende 54 cidades, cerca de 1,3 milhão de pessoas, que equivale a meio leito para cada mil habitantes. Quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza de três a cinco leitos para mil habitantes.
O que será feito agora é negociar com profissionais de outras cidades ou com os próprios que pediram dispensa, pagar os médicos que continuam na unidade para garantir o atendimento e assim equilibrar a situação que ao que parece caminha para isso. A dívida com os médicos é a menor do hospital. Mas é essa dívida que trava a unidade, destacou Edmilson.
“Após pagar os médicos, começaremos a quitar o defit de R$ 1 milhão e assim pagar a dívida da instituição que está em torno de R$ 120 milhões”, finalizou o presidente da Comissão de Saúde.