G1 – Globo: Conselho volta a discutir caso Cunha 6 horas após sessão ser suspensa

Presidente da Câmara estendeu sessão no plenário, apesar do baixo quórum.

Ele é acusado de ter ocultado a existência de contas bancárias no exterior.

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados retomou às 23h17 desta terça-feira (1º) a sessão para votar o relatório preliminar que pede a continuação das investigações contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A sessão havia sido suspensa quase seis horas antes, após o início das votações em plenário. Investigado na Operação Lava Jato, Cunha é alvo de uma representação sob suspeita de ter ocultado contas bancárias na Suíça e de ter mentido sobre a existência delas em depoimento à CPI da Petrobras no ano passado. O presidente da Câmara nega ser dono de contas no exterior, mas admitiu ter o usufruto de ativos geridos por trustes estrangeiros.

Conselho de Ética analisa quebra de decoro

O Conselho de Ética havia se reunido à tarde para discutir o parecer preliminar do relator Marcos Rogério (PDT-RO), mas precisou suspender a sessão à tarde com o início da fase de votações no plenário principal, conforme determina o regimento da Câmara. Logo no início da retomada da sessão, na noite desta terça, houve um forte bate-boca entre parlamentares por conta da substituição de um dos titulares do conselho. O líder do PR, Maurício Quintella (AL), foi para o lugar do deputado Vinícius Gurgel (PR-AP), que renunciou ao cargo. Deputados da Rede, do PSB e do PSOL protestaram e questionaram a validade da troca, uma vez que um suplente já havia registrado presença no início da sessão. O presidente do conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), chegou a anunciar que iria reabrir o colegiado depois de encerrado o plenário. Para isso, a sessão suspensa teria que ser retomada no mesmo dia, ou seja, até as 23h59 desta terça. O presidente da Câmara tentou segurar as discussões no plenário até depois das 23h, mesmo com apenas cerca de dez deputados presentes acompanhando os discursos (veja vídeo abaixo). Na prática, a medida poderia dificultou a retomada da sessão do conselho e atrasou a votação do relatório. Numa atitude incomum, Cunha permaneceu ele próprio no comando da sessão em outros casos semelhantes, ele costuma passar a cadeira para outro deputado presidir.

Durante a sessão no plenário da Câmara, entre os que pediram a palavra para discursar, estavam alguns dos principais aliados de Cunha, como o líder do PSC, André Moura (SE), o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), e o deputado Carlos Marun (PMDB-MS). No entanto, por conta da ausência de mais oradores, Cunha teve que encerrar a sessão por volta das 23h10, viabilizando a sessão do conselho. A atitude foi comemorado por adversários dele, entre eles os deputados Alessandro Molon (Rede-RJ) e Ivan Valente (PSOL-SP), que haviam pedido o encerramento do plenário.

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