G1 – Globo: Comissão do impeachment votará relatório na segunda-feira

Relator entregará parecer na quarta-feira, mas não informou teor.

Presidente do colegiado disse que discussão será na sexta e na segunda.

Após reunião na tarde desta terça-feira (5), os integrantes da comissão do impeachment decidiram que será na próxima segunda (11) a votação do relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) sobre o pedido de afastamento da presidente Dilma Rousseff. Pelo cronograma, anunciado pelo presidente do colegiado, Rogério Rosso (PSD-DF), a apresentação do relatório será nesta quarta (6) e a discussão vai começar na sexta (8). “Vamos iniciar a discussão na sexta. Reabrimos a sessão na segunda para discussão até 17h e votação do relatório em seguida. Nosso prazo máximo, são cinco sessões, então vamos trabalhar muito para concluir a votação até o início da noite de segunda”, disse Rosso. O relator da comissão especial, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), confirmou mais cedo que irá apresentar seu parecer na sessão do colegiado marcada para a tarde desta quarta-feira. Ele disse que ainda não decidiu se será favorável ou não à abertura do processo e que o seu relatório, com cerca de 80 ou 90 páginas, só deverá estar concluído na noite desta terça. A expectativa nos bastidores, porém, é de que ele a continuidade do processo. Com a entrega da defesa da presidente na segunda-feira (4), a comissão tem prazo de cinco sessões no plenário para votar o parecer. Como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tem garantido por meio de acordo com a oposição o quórum para a realização de sessões todos os dias, o prazo termina na segunda-feira (11).

Possível afastamento de Dilma é analisado

“Estamos terminando o relatório nesta terça-feira, fazendo o contraditório entre a denúncia e a defesa. São quase 6 mil páginas de denúncia e quase 200 páginas de defesa apresentadas pela presidente Dilma. Ouvi com muita atenção toda a explanação de todos que aqui passaram”, afirmou, acrescentando, porém, que irá focar apenas nas duas peças escritas. “Para mim, o que serve são essas duas peças. Fora dessas duas peças, evidentemente, que não posso avançar porque, segundo o rito estabelecido pelo STF [Supremo Tribunal Federal], tenho que seguir o que está na denúncia”, disse. Ele negou ainda que, caso o processo seja aberto, que se possa configurá-lo como um golpe contra o governo, conforme acusa a defesa de Dilma. “Golpe não é. A Constituição prevê [o impeachment], estamos fazendo exatamente como determina a Constituição, que é quem norteia todo o trabalho. Estamos seguindo o rito estabelecido pelo STF e o regimento interno da Casa. Não vejo porque ter nenhuma perspectiva de ter esse tipo de golpe”, afirmou.

Jovair Arantes já havia anunciado na semana passada que pretendia antecipar a entrega do seu relatório para dar tempo de conceder vistas do processo (mais tempo para os deputados analisarem o caso) no prazo de duas sessões legislativas, o que deve acabar na próxima sexta-feira (8). Ele não havia dado certeza, porém, se a entrega seria na quarta ou na quinta. Segundo o parlamentar, tão logo acabe o prazo de vistas, as discussões sobre o parecer deverão começar já na tarde de sexta. A votação ficará para a segunda-feira (11), prazo final que o regimento estabelece para a votação do parecer. A estratégia tem como objetivo garantir a palavra a todos os integrantes da comissão, que somam 65 titulares e 65 suplentes, conforme determina o regimento. Em tese, cada parlamentar tem direito a 15 minutos para discursar, mas os líderes partidários iam tentar fechar um acordo para reduzir essse tempo, que poderia passar de 32 horas. “Queremos que, na sexta, comece a discussão e vá ate o sábado, se for o caso. Na segunda, começaríamos a votação”, disse Jovair. Inicialmente, o presidente da comissão, deputadoRogério Rosso (PSD-DF), estudava deixar tanto a discussão quanto a votação do parecer para segunda, com a possibilidade de dar início à sessão de madrugada. No entanto, de acordo com Jovair, o mais provável é que somente a votação fique para segunda.

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