G1 – Globo | Bom dia Brasil: Janot quer tornozeleira eletrônica, caso Eduardo Cunha não seja preso

Procurador também quer que Cunha seja impedido de falar com políticos.

Partidos já articulam para emplacar novo presidente na Câmara.

O procurador-geral da República quer que Eduardo Cunha use tornozeleira eletrônica, caso ele não seja preso. A situação do presidente afastado da Câmara, Cunha, só se complica e os partidos já articulam, inclusive, para emplacar um novo presidente da Câmara Federal.

Seria para um mandato curto, até fevereiro. As negociações dos partidos estão em curso na Câmara, enquanto Eduardo Cunha permanece em casa, na residência oficial do presidente da Câmara. O procurador Rodrigo Janot quer que Eduardo Cunha seja impedido até de falar com políticos.

Lembra dessa declaração de Eduardo Cunha? “A partir de segunda vocês me encontram no meu gabinete 510, lá. Eu estou suspenso do exercício do mandato e não de frequentar a Câmara, afirmou o deputado e presidente afastado da Câmara.

Exatamente no dia em que Cunha marcou para voltar, o procurador-geral da República pediu a prisão preventiva dele. Os detalhes desse pedido foram conhecidos na quarta-feira (15). Para o procurador-geral, a declaração mostrou que que apesar da ordem de se manter afastado do mandato, Eduardo Cunha teve comportamento ilícito.

No documento, Rodrigo Janot disse ainda que Cunha continua exercendo, sem pudor, o poder político, articulando e influenciando, o que justificaria a prisão preventiva. Mas, no mesmo pedido, ele sugeriu que se a prisão não for decretada, sejam adotadas outras medidas, que ele fique preso em casa com tornozeleira, que não tenha contato, nem por telefone, nem por e-mail, mensagem ou qualquer forma de comunicação com deputados federais ou estaduais, ministros de estado, servidores da Câmara dos Deputados e qualquer investigado ou réu na Lava Jato, que não entre em repartição pública, em especial no Congresso, a não ser que comunique o tribunal, que fique em casa enquanto a Câmara estiver em funcionamento, que não viaje ao exterior, e que sejam suspensos os benefícios que ele mantém, casa, segurança, carro, avião. E também pede que seja convocado o suplente de Cunha enquanto ele estiver afastado.

Quem decide que medida vai tomar é o ministro Teori Zavaski, que deu prazo de 5 dias para Cunha se manifestar. Prazo também na Câmara. É que com a aprovação da cassação no Conselho de Ética, Cunha ganha 5 dias úteis para entrar com recurso na Comissão de Constituição e Justiça, mas com a derrota no conselho, as apostas são que a perda domandato será confirmada.

Com todo esse cenário, já foi aberta a discussão para escolha do novo presidente da Câmara. É que o cargo ficando vago, tem que fazer uma nova eleição. Seria para ummandato curto, que termina em fevereiro. Ainda assim tem muito partido querendo emplacar um novo.

O grande atrativo é que o presidente da Câmara dos Deputados é o vice-presidente da República, e pode haver sim, sem dúvida nenhuma, uma disputa grande, afirmou o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM).

Aliados terão que chegar a um consenso e ainda tentar o apoio da oposição, como o PT.

Já tem ali seis, sete candidatos. Parece que eles têm muita sede de poder, mas nós vamos pensar com muita calma nisso, declarou deputado Henrique Fontada (PT-RS).

Até porque petistas já vetaram nomes sondados, como dos deputados Rogério Rosso, doPSD do Distrito Federal, e Jovair Arantes do PTB de Goiás, que foram da comissão do impeachment. O fato é que deputados já estão fazendo as contas de quando poderia ser a eleição para esse mandato tampão.

Acredito que ali pelo dia 7 a 10 de julho, nós já estaremos escolhendo um novo presidente para concluir esse mandato até o início de 2017, afirma o deputado Rubens Bueno (PPS-PR).

Eduardo Cunha declarou que vai contestar o pedido de prisão assim que for notificado, e que não fez indicações no governo Temer.

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