Rogério Rosso será candidato a presidente e Jovair Arantes, a relator.
Câmara elegeu membros da comissão que analisará impeachment.
O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), anunciou nesta quinta-feira (17) acordo entre líderes da base aliada para lançar as candidaturas dos deputados Rogério Rosso (PSD-DF) e Jovair Arantes (PTB-GO) como presidente e relator da comissão que analisará o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ainda não definiu o procedimento de escolha do comando da comissão. Haverá reunião de líderes da base e da oposição no gabinete dele e os parlamentares poderão apresentar outros nomes para submeter à eleição na comissão, prevista para ocorrer a partir das 19h.
Estamos apresentando Jovair Arantes como relator e Rogério Rosso para a presidência. Essa foi a construção em função de amplo entendimento entre partidos da base. Eles integram doispartidos da base. Eles serão instrumento da estabilidade política e da construção de entendimento para impasse que estamos vivendo. Não sabemos se haverá disputa, mas os dois serão apresentados como candidatos., disse José Guimarães.
Possível afastamento de Dilma é analisado
Mais cedo nesta quinta, o plenário da Câmara elegeu, em votação aberta, os 65 integrantes da comissão especial que primeiro analisará o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A comissão foi eleita por 433 votos a favor e apenas 1 contrário, do deputado José Airton Cirilo (PT-CE).
Pela proporcionalidade das bancadas, PT e PMDB serão os dois partidos com mais integrantes na comissão, 8 cada. O PSDB terá 6 representantes. Às 19h, a comissão será instalada e terá início a eleição de presidente e relator.
O processo Segundo o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), 45 dias é um prazo razoável para concluir toda a tramitação do processo de impeachment na Casa.
A partir da instalação da comissão especial, a presidente Dilma terá dez sessões do plenário da Câmara para apresentar sua defesa e o colegiado terá cinco sessões depois disso para votar parecer pela continuidade ou não do processo de impeachment.
Cunha disse que tentará fazer sessões todos os dias da semana, inclusive segundas e sextas. Para valer na contagem do prazo, será preciso haver quórum de 51 deputados. Após ser votado na comissão, o parecer sobre o pedido de impeachment segue para o plenário da Câmara, que decide se instaura ou não o processo.
Para a instauração é preciso o voto de 342 deputados. O Senado pode invalidar essa decisão da Câmara. Se avalizar, a presidente da República é afastada por 180 dias, enquanto durar a análise do mérito das acusações contidas no pedido de impeachment.
O presidente da Câmara também destacou que os protestos realizados nos últimos dias contra o governo Dilma e a indicação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o comando da Casa Civil terão peso no processo de impeachment.
Qualquer que seja o resultado na comissão vai ser submetido o voto ao plenário. Há uma consciência de que a comissão é um mero rito de passagem. Sem dúvida, a Casa tem que estar em sintonia [com a população]. Claro que a decisão será técnica e política, mas sempre influencia quem é detentor de mandato popular, disse.