Aliados do peemedebista fizeram questionamentos que retardarão reunião.
Deputado Wellington Roberto leu voto alternativo ao parecer do relator.
Após quase três horas de uma reunião arrastada por questionamentos de aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o Conselho de Ética encerrou a sessão sem votar parecer do deputado Marcos Rogério (PDT-RO) pela continuidade do processo de cassação do peemedebista. Deputados de partidos como PMDB, PSC e PR apresentaram reiteradas questões de ordem ao presidente do conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), o que impediu o início da votação.
A ordem do dia, que são as votações no plenário da Câmara, foi aberta e Araújo encerrou a sessão. Uma nova reunião do Conselho de Ética está marcada para a tarde desta quarta-feira (24). Marcos Rogério reapresentou na semana passado seu relatório pela continuidade do processo que investiga Cunha.
No final do ano passado, o Conselho de Ética aprovou, por 11 votos a 9, parecer do mesmo deputado, mas o vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), anulou a votação alegando que o colegiado deveria ter concedido pedido de vista (mais tempo para analisar o documento) feito por aliados de Cunha. Por causa dessa decisão, Marcos Rogério teve que reapresentar o relatório e ele será novamente votado.
Durante a reunião desta terça, o deputado Wellington Roberto (PR-PB), insistiu em apresentar um voto alternativo ao do relator. O parlamentar defendeu o fim do processo de Cunha. O presidente do Conselho de Ética esclareceu que não há um voto em separado a ser votado pelo colegiado. Se o relatório de Marcos Rogério for rejeitado, será escolhido um deputado, dentre os que votaram pela derrubada do parecer, para elaborar o voto vencedor.
Troca de deputado A reunião desta terça teve início com o anúncio de uma nova mudança na composição do Conselho de Ética, que passou a ter como titular, no lugar Sérgio Brito (PSD-BA), o deputado João Carlos Bacelar (PR-BA), aliado de Eduardo Cunha.
Sérgio Brito renunciou à vaga por motivo de saúde. O presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PSD-BA), fez duras ao líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF), em razão da substituição. Segundo Araújo, Rosso (DF), abriu mão de indicar um parlamentar do PSD para a vaga e cedeu o lugar para o deputado João Carlos Bacelar (PR-BA).
O deputado do PR, que era suplente, já vinha comparecendo às sessões e votava no lugar de Sérgio Brito. Ele inclusive votou contra a continuidade das investigações de Cunha, na primeira votação do parecer preliminar de Marcos Rogério (PDT-RO), relator do processo de cassação.
Também em fevereiro, o PTB substituiu no Conselho de Ética da Câmara o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que havia votado a favor da continuidade do processo de investigação de Cunha. Quem assumiu a vaga foi a deputada Jozi Araújo (PTB-AP). Na época, José Carlos Araújo também criticou a troca,
O presidente do conselho, que é integrante do PSD, afirmou que não se sente mais representado pelo atual líder do partido, diante da decisão de Rosso de não indicar um deputado de seupartido para a vaga de Sérgio Brito. Atualmente, a expectativa é de placar de empate na votação do parecer de Marcos Rogério. Qualquer voto a favor ou contra é considerado precioso pelos defensores e opositores de Cunha.
Algo deve ter levado o líder do meu partido a tomar essa decisão. Nada impede que eu faça meu protesto e indignação com a atitude do líder o meu partido. Não condiz com a trajetória do meu partido. Tenho direito de protestar. Tem coisas que passam por baixo da ponte que a gente não sabe. Não questiono o fato de ter decidido com base regimental. Mas não o respeito mais como líder. Pessoas como nosso líder não engrandecem o parlamento, disse.
Rogério Rosso disse ao G1 que Sérgio Brito renunciou por problemas de saúde e que a substituição por Bacelar não trará mudanças, já que o deputado do PR já vinha atuando no lugar do colega do PSD. Rosso também ressaltou que PSD e PR integram o mesmo bloco na Câmara.
Bacelar é quem estava votando no lugar de Sérgio Brito. Sérgio pediu para sair do Conselho em razão de uma doença. Bacelar é do PR e nada mudou porque ele continuará votando como antes. Lembrando que sou do bloco PR-PSD-PR, disse.