Carlos Marun (PMDB-MS) entrou com recurso na Mesa Diretora da Câmara.
Deputado contesta a rejeição de pedido de vista pela maioria do colegiado.
O deputado Carlos Marun (PMDB-MS), aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), protocolou na noite desta terça-feira (15) recurso na Mesa Diretora da Casa que visa anular a aprovação, pelo Conselho de Ética, do parecer do deputado Marcos Rogério (PDT-RO) pela continuidade do processo que investiga o peemedebista. O processo poderá resultar em punição que varia desde censura até a cassação do mandato.
Marun entrou com recurso contra decisão do colegiado de negar pedido de vista feito por parlamentares aliados de Cunha. Eles defendiam que deveria ser concedido pedido extra para que o novo parecer fosse analisado, uma vez que houve substituição do relator. Após decisão do vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), Marcos Rogério substituiu o deputado Fausto Pinato (PRB-SP) na relatoria e elaborou novo parecer.
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O presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), negou o pedido de vista, mas passou a decisão final para o plenário, que acabou decidindo, por maioria, que não era justificado dar mais tempo por entender que Rogério apresentou apenas um complemento ao parecer de Pinato, que já pedia a continuação das investigações.
No recurso apresentado à Mesa Diretora, Marun argumenta que o Conselho de Ética violou o regimento interno e as regras do colegiado ao negar o pedido de vista. De acordo com a Secretaria-Geral da Câmara, a decisão sobre o pedido poderá recair, novamente, para o vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão. Não há, porém, decisão tomada sobre isso ainda.
A avaliação inicial é de que caberia ao presidente da Câmara decidir, mas, como trata-se de caso que envolve o próprio Eduardo Cunha, a questão deve ser delegada a Waldir Maranhão.
Aliado de Cunha, Waldir Maranhão ajudou a postergar o processo no Conselho de Ética ao determinar a substituição do relator. Ele alegou que Pinato não poderia conduzir o processo por pertencer ao PRB, partido que integrou o bloco do PMDB na eleição para presidente da Câmara.
Além disso, o vice-presidente também é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de participar do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. O doleiro Alberto Youssef disse, em depoimento ao Ministério Público Federal, que o deputado integrava o rol de parlamentares do PP beneficiados por propinas de contratos da Petrobras.