Carlos Marun acionou desta vez a CCJ contra rejeição de pedido de vista.
Ele já havia movido recurso junto à Mesa Diretora para defender Cunha.
Após acionar a Mesa Diretora da Câmara, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), aliado do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), protocolou nesta quarta-feira (16) outro recurso, desta vez direcionado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), para anular a aprovação pelo Conselho de Ética do parecer pela continuidade do processo que investiga o peemedebista. Em ambos os recursos, Marun questiona a decisão do colegiado de negar pedido de vista para que os parlamentares tivessem mais tempo para analisar o parecer do deputado Marcos Rogério (PDT-RO). Ele argumenta que houve troca de relator e portanto, trata-se de um novo relatório.
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Rogério, que assumiu no lugar do deputado Fausto Pinato (PRB-SP), sustenta que o seu parecer é apenas um complemento ao do primeiro relator, que já pedia a continuação das investigações, e por isso não caberia novo pedido de visto. Pinato acabou destituído após manobras regimentais da tropa de choque de Cunha.
O conselho foi acionado por deputados do PSOL e da Rede para que apure se Eduardo Cunha mentiu à CPI da Petrobras quando disse que não tem contas na Suíça – suspeito de envolvimento com o esquema de corrupção que atuou na Petrobras, o peemedebista disse, em entrevista ao G1 e à TV Globo, ter “usufruto” de contas no país europeu. Como Cunha é parte envolvida, o primeiro recurso, enviado para Mesa Diretora, deverá ser decidido pelo vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA). Foi ele também quem tomou a decisão de substituir Pinato. O segundo recurso será enviado para o plenário da CCJ em um prazo de até duas sessões. Caberá depois ao presidente da comissão, Arthur Lira (PP-AL), colocar o recurso na pauta de votação. O pedido de vista do parecer preliminar pela admissibilidade foi negado pelo presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA). Diante da polêmica, ele acabou passando a decisão final para o plenário, que rejeitou o pedido por maioria. Aliado de Cunha, Waldir Maranhão ajudou a postergar o processo no Conselho de Ética ao determinar a substituição do relator. Ele alegou que Pinato não poderia conduzir o processo por pertencer ao PRB, partido que integrou o bloco do PMDB na eleição para presidente da Câmara. Além disso, o vice-presidente também é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de participar do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. O doleiro Alberto Youssef disse, em depoimento ao Ministério Público Federal, que o deputado integrava o rol de parlamentares do PP beneficiados por propinas de contratos da Petrobras.