Após o apedrejamento de uma menina que deixava um culto religioso e o assassinato violento de um médium, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu nesta sexta-feira (19) incluir na legislação punições a quem praticam atos de intolerância religiosa.
Para Cunha, esse debate pode ser feito na análise de um projeto de lei do líder do PSD, Rogério Rosso (DF), que amplia a pena máxima para o crime de “ultraje de culto religioso” de 1 para 8 anos de prisão.
“O próprio líder apresentou uma proposta para condenar aqueles que não respeitam insígnias religiosas. É um bom momento para você também penalizar ou coibir aqueles que praticam atos de violência contra quem exerce sua crença religiosa, qualquer que seja ela”, disse Cunha.
Cristão evangélico, o presidente da Câmara disse que “não compactua com qualquer tipo de agressão a quem pratica sua crença religiosa.”
“Condeno veementemente isto. Isso não faz parte de prática cristã e tem que ser punido veementemente”, afirmou.
Nesta sexta-feira (19), o médium Gilberto Arruda, do Centro Espírita Lar de Frei Luiz, foi encontrado morto, amordaçado, com as mãos amarradas e com o rosto ferido por muitos golpes. A polícia investiga o crime, que ocorreu no Rio de Janeiro.
No domingo (14), o país viveu outro episódio de intolerância religiosa. A menina
Kailane Campos, de 11 anos, foi agredida com uma pedrada na cabeça, quando deixava um culto religioso.
Segundo a avó dela, que é mãe de santo, ambas estavam vestidos de branco, porque tinham acabado de sair do culto e caminhavam para a casa, na Vila da Penha, quando dois homens começaram a insultar o grupo. Um deles jogou uma pedra, que bateu num poste e depois atingiu a menina, que se feriu, mas passa bem.