Partidos pró-impeachment classificaram decisão de Maranhão que anulou sessão de ‘ilegal e teratológica* Movimento para forçar a queda de Maranhão do comando da Casa agora tem o respaldo do grupo de Michel Temer
Em resposta à tentativa de barrar o afastamento de Dilma Rousseff, os partidos pró-impeachment, como o PMDB, a oposição à petista e as siglas do chamado “centrão”, devem derrubar nesta terça (10) a decisão de Waldir Maranhão (PP-MA) e elevar a pressão para retirá-lo do comando da Câmara.
Com exceção de PT e PC do B, quase todas as outras siglas vieram a público nesta segunda criticar a inesperada atitude de Maranhão.
A elas se aliou a área técnica da Câmara, que disse não ter sido consultada pelo presidente interino e não ver cabimento regimental em sua atitude. O próprio partido do deputado, o PP, ameaça expulsá-lo para forçar sua saída do comando da Casa.
Em nota assinada por deputados de partidos pró-impeachment, a decisão do presidente interino foi classificada como ‘ estapafúrdia, ilegal, abusiva e teratológica”.
DEM e PSD entraram no Conselho de Ética com pedido de cassação do mandato de Maranhão sob o argumento de que ele se utilizou de meios fraudulentos para tentar anular uma decisão soberana do plenário da câmara.
Na sessão extraordinária desta terça, deputados dizem que vão tentar forçar a derrubada de Maranhão do comando da Câmara, embora, até esta segunda à noite, não tivessem clareza sobre qual mecanismo regimental podem recorrer para tanto.
Em um rápido e tumultuado pronunciamento, de menos de três minutos. Maranhão afirmou que não está brincando com a democracia -uma resposta às criticas do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),- e que obedeceu às leis do país.
“A nossa decisão tem base na Constituição, no nosso Regimento, para que nós possamos corrigir em tempo vicios que certamente poderão ser insanáveis no futuro. Nós não estamos nem estaremos em momento algum brincando de fazer democracia.”
Contrário ao impeachment. Maranhão assumiu a interinidade na quinta, após o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é réu na Lava Jato, pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Maranhão só sai do comando da Câmara em caso de renúncia, cassação dele ou de Cunha, ou na eventualidade de alguma mudança no entendimento da Casa que abra a possibilidade de realização de novas eleições.
‘INSUSTENTÁVEL’
O movimento de forçar a queda de Maranhão tem o respaldo do grupo do vice-presidente Michel Temer , que passou a avaliar como “insustentável” a permanência dele à frente da Câmara caso o peemedebista assuma interinamente o Palácio do Planalto.
Para o lugar de Maranhão, o nome favorito entre os líderes da base aliada é Rogério Rosso (PSD-DF).
Os aliados de Temer, no entanto, defendem que seja escolhido um nome do PMDB, maior bancada da Câmara. Os preferidos são Osmar Serraglio (PMDB-PR) e Sérgio Souza (PMDB-PR). (RANIER BRAGON,RUBENS VALENTE. DÉBORA ALVARES. GUSTAVO URIBE, GABRIEL MASCA RENHAS)