PAULO GAMA (interino)
De foice
A data em que a cassação de Eduardo Cunha será votada divide o governo e gera um impasse entre conselheiros de Michel Temer. Articulador político do Planalto, Geddel Vieira Lima (Governo) defende nos bastidores que a decisão fique para depois do impeachment de Dilma Rousseff. Na outra ponta, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Investimentos) preferem evitar a todo custo um movimento que deixe a digital do governo no desfechopolítico do ex-presidente da Câmara.
Tô nem aí Questionado, Geddel afirmou que a votação que definirá a cassação ou não do deputado é “assunto interno da Câmara”. “Ponto.”
Vamos trabalhar Os aliados mais próximos do ex-presidente na Casa atuam para evitar a votação logo no retorno do recesso. Dizem que misturar a decisão sobre Cunha com as votações de matérias econômicas pode trazer instabilidade para o governo.
Dois lados A oposição e alguns partidos da base vão insistir na reunião de segunda para que Rodrigo Maia marque a votação já no dia 9. Ele tem dito que não abrirá a sessão com menos de 350 deputados – são necessários 257 votos para cassar Cunha.
Guloso Uma mudança de procedimento chamou a atenção dos líderes partidários: Maia convocou a primeira reunião do segundo semestre para o restaurante da Câmara. Por via das dúvidas, já tem deputado reservando R$ 50 para pagar o buffet.
Imobiliária Maia, aliás, ficou impaciente com a demora de Cunha para deixar a residência oficial. O novo presidente da Câmara está morando de favor com um amigo em Brasília enquanto o peemedebista não deixa a casa.
Tentou de tudo Petistas querem que quatro senadoras dividam a leitura da defesa de Dilma Rousseff: Fátima Bezerra e Gleisi Hoffmann, do PT, Vanessa Grazziotin (PC do B) e Kátia Abreu (PMDB).
Contrapeso “Até porque tem muita misoginia e machismo neste golpe”, justifica Lindbergh Farias (PT-RJ).
Continência Com a ideia de propor um regime único de Previdência, Eliseu Padilha (Casa Civil) iniciou negociação com o comando militar. O Planalto quer evitar qualquer ruído com o setor, que pode sofrer grande impacto com a alteração nas regras.
Tô chegando O Ministério da Justiça vai se mudar para o Rio no período da Olimpíada. 0 titular da pasta, Alexandre de Moraes, despachará a partir de quinta-feira (4) na sede do Arquivo Nacional, no centro da cidade.
Aqui se paga Relator do impeachment de Dilma Rousseff, o deputado Jovair Arantes (PTB-GO) emplacou o novo presidente da Conab. A nomeação de Francisco Marcelo Rodrigues já foi enviada para o “Diário Oficial da União”.
Ecos do passado Na tentativa de afastar suspeitas sobre doações irregulares, Fernando Haddad (PT) lançará no início de agosto uma cartilha com regras de transparência que ele pretende adotar para a arrecadação de recursos em sua campanha.
Segue o jogo Apesar da decisão da Justiça de que não houve propaganda antecipada em um jantar de João Doria (PSDB), o Ministério Público celebrou a decisão de que o vídeo com o discurso do candidato tucano foi considerado uma prova válida.
Me inclua fora A fala de Geraldo Alckmin, de que o fato de o PRB ocupar uma pasta em seu governo mostra que não há uso da máquina em favor de Doria, contrariou aliados de Celso Russomanno. O posto, dizem, é fruto de acerto na eleição passada.
Barata voa A ideia da Fazenda de reduzir a isenção para remessas do exterior tem como pano de fundo a proliferação de pedidos pela internet. A Receita tem dificuldades em distinguir o que vem de pessoas físicas do que é enviado por empresas.
-com RENATA AGOSTINI, MARINA DIAS e GUSTAVO URIBE
tiroteio
O momento é de reduzir a capacidade ociosa da indústria, mas não dá para apostarem algo que leve a União a abrir mão de receita.
DO DEPUTADO ROGÉRIO ROSSO (PSD-DF), sobre a diferença nas propostas apresentadas por ele e por Paulo Skaf (Fiesp) a Henrique Meirelles (Fazenda).
contraponto
Só sucesso
Em seu discurso durante a convenção do PT que selou a candidatura de Fernando Haddad à reeleição, o ex-presidente Lula não economizou nas piadas.
– Na campanha passada, você só tinha 3%. Só se falava em 3%, 3%, 3%. Parecia candidato em liquidação disse ao prefeito, rememorando o início da corrida eleitoral de 2012 quando Haddad ainda era desconhecido.
Em seguida, o ex-presidente arrematou:
– Agora mudou. Você e o Chalita já são mais conhecidos que doença ruim! – brincou referindo-se a Gabriel Chalita, ex-secretário municipal de Educação que compõe a chapa de Haddad como vice.