Folha de S. Paulo: Conselho adia pela 7ª vez análise de ação contra Cunha

BRASIL EM CRISE

Decisão sobre caso pode ficar para 2016

DE BRASÍLIA

Após sucessivas manobras do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o Conselho de Ética adiou nesta quinta-feira (10), pela sétima vez, a análise do processo de sua cassação, em uma sessão marcada até por tapas entre deputados.

Com a demora na tramitação e a proximidade do recesso parlamentar, que deve começar no dia 23, a análise sobre a abertura de processo de cassação contra Cunha no conselho pode ficar para 2016.

Após a manobra de Cunha da quarta-feira (9) que destituiu o relator do seu processo, Fausto Pinato (PRB-SP), o conselho oficializou o deputado Marcos Rogério (PDT-RO) como o novo relator.

Rogério declarou que apresentará na próxima terça-feira (15) o seu relatório, que também irá opinar pela admissibilidade do processo. “Os pressupostos de admissibilidade estão presentes. Não há surpresa. O mérito é outro debate, com respeito ao contraditório”, disse.

Novas sessões estão previstas para as próximas terça (15) e quartas-feiras (16), às 9h30 e às 14h30 em ambos os dias. Como os deputados poderão pedir vista do relatório de Marcos Rogério, é possível que a votação não seja concluída na próxima semana.

A sessão desta quinta chegou até a ter briga entre deputados porque a tropa de choque de Cunha começou a protestar contra a tentativa de votação de um projeto para afastar o peemedebista da presidência enquanto responde ao processo.

Após o deputado Zé Geraldo (PT-PA) afirmar que “a turma do Cunha” quer bagunçar a comissão, o deputado Wellington Roberto (PR-PB), aliado do presidente da Câmara, retrucou dizendo que “bagunceiro é você”. Os dois começaram uma discussão e chegaram a trocar tapas.

Eles foram contidos pelos colegas, e o presidente da comissão, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), interrompeu a sessão por alguns minutos. Depois do tumulto, a cúpula do Conselho avaliou que não teria votos para aprovar o projeto para afastar Cunha e fará uma nova tentativa de votação na próxima semana.

O Conselho de Ética ainda aprovou por 16 votos a 0 o arquivamento do processo que pedia a cassação do deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) no qual o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP) apontava suposto uso irregular de verbas da Câmara pelo parlamentar. (AGUIRRE TALENTO e RANIER BRAGON)

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