Um dos nomes mais próximos do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO), vai relatar o processo de impeachment contra Dilma Rousseff na comissão especial formada na tarde desta quinta-feira (17). A presidência da comissão vai ficar por conta do líder do PSD, Rogério Rosso (DF), também próximo ao comandante da Casa.
Nenhum dos dois nomes estava entre as preferências do Palácio do Planalto, mas o desgaste político dos últimos tempos levou a uma espécie de acordo entre base e oposição.
Cunha, adversário declarado do governo, e aliados resolveram defender a indicação de deputados da base, mas que transitam de ambos os lados, uma forma de manter a influência. Os governistas resolveram acatar, cientes de que dificilmente elegeriam seus nomes.
Embora a comissão esteja com uma divisão aparentemente equilibrada, há uma tendência de o grupo pró-impeachment crescer nos próximos dias.
Apesar de ser muito ligado à Cunha, Jovair Arantes é avaliado pelo Planalto como um parlamentar experiente, resistente à pressões de ambos os lados.
Já Rogério Rosso, ligado ao ministro Gilberto Kassab (Cidades), tem bom trânsito com todos os partidos, mas é considerado, aos olhos dos palacianos, como “volúvel”.
Apesar de já haver o acordo, o líder do governo, José Guimarães (CE), concedeu uma entrevista à imprensa anunciando os nomes de Arantes e Rosso para a relatoria e presidência da comissão do impeachment, respectivamente, como indicações do governo.
“A base vai apresentar esses dois nomes. São indicações que expressam a melhor maneira, o melhor caminho para resolver logo e enterrar esse morto-vivo aqui dentro. Se a oposição vai apoiar, é problema da oposição”.
Integrantes da oposição, contudo, ironizam os governistas e dizem que eles não terão nenhum membro na formação da mesa da comissão, que deverá ter também Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Rodrigo Maia (DEM-RJ).
A comissão será instalada ainda nesta quinta (17), quando os nomes de Rosso e Arantes serão confirmados para os cargos.