Pré-candidato à presidência da Câmara, o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), encaminhou à Mesa Diretora uma consulta sobre a possibilidade de o atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disputar a reeleição.
“Existe a possibilidade de que o membro da Mesa eleito para mandato suplementar seja reconduzido ao mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente na mesma legislatura?”, questionam Rosso e representantes do PSB e do Pros, que também assinam a consulta.
O documento havia sido entregue à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), mas os técnicos o orientaram a protocolar a consulta na Mesa Diretora da Câmara.
Rosso chegou a anunciar que havia protocolado o texto, mas o departamento responsável já estava fechado. A apresentação oficial será feita nesta terça-feira (13).
Como Maia é parte interessada no caso, a resposta caberá ao primeiro vice-presidente da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA).
Rosso negou que a apresentação da consulta seja mais um exemplo da retaliação do centrão –grupo de 200 deputados da base aliada– ao governo Michel Temer.
O grupo deu início a uma rebelião na semana passada, quando o Planalto começou a negociar indicação do líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), para o comando da Secretaria de Governo, no lugar de Geddel Vieira Lima (PMDB).
“Se falava em possível interrupção de recesso e só vamos [ter trabalhos no Congresso] até quarta, quinta-feira”, justificou Rosso.
Mais cedo, Rosso já havia se rebelado contra o governo. Contrariando o governo, fez coro à oposição e pediu que a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) adiasse a votação da proposta de reforma da Previdência, medida prioritária para o governo Temer.
Líderes do centrão cobram do presidente Michel Temer uma manifestação de que o Planalto não irá interferir na eleição da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, em fevereiro.
A cobrança veio depois que o próprio Temer voltou a negociar a ida de Imbassahy para a Secretaria de Governo.
Parlamentares do grupo argumentam que, sem uma declaração de Temer, a leitura que se faz é que a escolha de Imbassahy, pré-candidato a presidente da Câmara, significa apoio do Planalto à recondução de Rodrigo Maia.
Procurado pela Folha, Maia não quis se manifestar.