Contemplativo. É assim que aliados que visitaram Eduardo Cunha descrevem seu humor um dia após ser afastado de seu mandato e da presidência da Câmara por unanimidade pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Segundo relatos, embora esteja menos abatido do que na quinta (5), Cunha tem falado pouco e, quando fala, pensa por alguns segundos antes de se pronunciar.
Cunha não tem feito comentários aos aliados sobre sua estratégia de defesa. Por vezes, parece disperso, dizem interlocutores.
Nos encontros desta sexta (6), perguntou mais sobre as comissões que estão em andamento na Câmara e comentou sobre a situação fiscal do país, que culminou em um novo rebaixamento da nota de crédito pela agência Fitch. No restante do tempo, ficou calado. Ouviu e quase não falou.
Cunha recebeu dois deputados nesta sexta, Rogério Rosso (PSD-DF), que presidiu a comissão de impeachment da presidente Dilma, e André Moura (PSC-SE). Apenas Rosso ficou para o almoço.
Pouco antes da chegada dos deputados, um carro sem identificação deixou caixas de verduras e legumes para a refeição. O custo da compra foi de aproximadamente R$ 500.
Quem conversou com Cunha durante o dia diz que o peemedebista preferiu não falar da decisão que o afastou da Câmara.
QUINTA
Na noite de quinta, após a decisão do plenário do STF, Cunha recebeu a visita de deputados aliados na sua residência oficial, no Lago Sul em Brasília.
Beto Mansur (PRB-SP), Rodrigo Maia (DEM-RJ), Reinaldo Ribeiro (PP-PB), Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), entre outros, participaram de um jantar.
Segundo relatos, o peemedebista estava com uma expressão abatida e falou pouco.
Ainda segundo eles, Cunha voltou a classificar como “absurda” a decisão judicial e disse que ela era motivada pela sua atuação no impeachment de Dilma Rousseff.