O presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PSD-BA), afirmou nesta quarta-feira (16) ter recolhido a assinatura de mais de um terço dos 513 deputados federais para tentar barrar a anulação da votação que decidiu dar curso ao processo de cassação contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Por meio de aliados, o presidente da Câmara busca invalidar a votação sob o argumento de que ela foi feita em descumprimento ao regimento interno da Casa.
A anulação deve ser feita ou pelo vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), que é aliado de Cunha, ou pela Comissão de Constituição e Justiça, também controlada por partidários do peemedebista. Ofícios pedindo a invalidação da votação do Conselho foram encaminhados tanto a Maranhão quanto à CCJ.
Araújo, que na manhã desta quartaacusou Cunha de ser um “rei” que anula de forma irregular tudo aquilo que o contraria, disse que irá apresentar recurso ao plenário da Câmara contra essa eventual invalidação. Para a apresentação desse recurso, ele diz ser preciso o apoio formal de pelo menos 171 dos 513 deputados federais.
Na terça (15) o Conselho de Ética decidiu por 11 votos a 9 dar curso ao processo contra Cunha, que é acusado de integrar o esquema do petrolão. Os aliados de Cunha, que conseguiram destituir o primeiro relator do caso, tiveram pedido de vista do segundo relatório negado pelo Conselho, motivo pelo qual tentam anular a votação.
Nos bastidores, aliados do peemedebista afirmam que a invalidação pode ser feita pela CCJ para tentar diminuir as digitais de Cunha na operação. A comissão, presidida pelo aliado Arthur Lira (PP-AL), havia anunciado que a sessão desta quarta era a última do ano. À tarde, porém, convocou seus integrantes para sessão na manhã desta quinta-feira (17).