Folha.com | Colunistas: Agronegócio rebate sugestão de sindicalistas para Previdência

O setor agropecuário não gostou nada das sugestões dos sindicalistas para que o governo coloque um fim na cobrança previdenciária diferenciada para as empresas do agronegócio.

Se concretizada, será “uma medida de impacto não apenas para o agronegócio mas para todo o Brasil. É um absurdo e uma medida bastante infeliz”, diz Marcos Montes (PSD-MG), presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária).

É justo que os sindicalistas defendam algumas situações e mostrem ao governo algumas posições, mas não podem mexer em um setor que está dando certo, avalia o presidente da FPA.

“Eu entendo a posição deles. Não querem mexer nos seus direitos e nas suas conquistas, mesmo que essas não tenham trazido grandes resultados para o país. O que não podem é atrapalhar as conquistas que estão dando resultados”, diz Montes.

As centrais sindicais entendem que o fim da cobrança diferenciada para o agronegócio, medida que deverá ser apresentada ao governo, possa ajudar na eliminação do deficit das contas da Previdência.

Se efetivada a proposta, o governo deverá decidir entre dois setores de onde veio grande parte do apoio para o afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff.

Montes diz que o agronegócio, com medidas tomadas no passado, constrói uma agenda positiva para o país. “Não pode ser que, devido à desmontagem que ocorreu em alguns setores, também queiram desmontar o agronegócio”, avalia.

“Estamos construindo pontes. E essas propostas vêm no sentido de explodi-las.”

Segundo o deputado, é justa a busca de soluções, mas ela deve visar áreas que não estejam funcionando.

Ações positivas, como é o caso do agronegócio, têm de ser incentivadas. Elas acabam refletindo sobre a indústria e o comércio, avalia ele.

NOTAS

Grãos Após várias altas, as commodities agrícolas tiveram recuo de preços nesta terça-feira (31) em Chicago. A queda ocorre devido à realização de lucros efetuada pelos fundos de investimentos que atuam no setor.

Amor à causa 1 O consumo de etanol vem tendo intensa queda nos últimos anos no Estado de Amapá. Nos quatro primeiros meses deste ano, foram consumidos 50% menos etanol do que em igual período de 2015.

Amor à causa 2 Essa queda se justifica pela perda de paridade do etanol em relação à gasolina. O consumidor que optar pelo etanol paga mais pelo produto do que pela gasolina. A paridade é de 105%.

Leite A queda na produção de leite, devido à entressafra, força uma alta nos preços do produto. No mês passado, o preço do leite recebido pelo produtor (sem frete e impostos) teve alta de 4,5% em relação ao de abril.

Valor O litro foi comercializado a R$ 1,1571, em média, uma alta de 14,3% em relação a maio de 2015, em temos reais.

Oferta O índice de captação de leite do Cepea registrou queda de 3,38% em abril nos sete Estados pesquisados. A maior queda ocorreu na região Sul, onde o recuo foi de 7% no Rio Grande do Sul, de 6% em Santa Catarina e de 1% no Paraná.

Vaivém das Commodities Por Mauro Zafalon

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