A equipe de economia e finanças do governo de Rodrigo Rollemberg (PSB) apresentou, nesta segunda-feira (6), aos membros do Conselho de Governo – formados por partidos que apoiaram o chefe do Executivo desde o primeiro turno das eleições – uma projeção de rombo nos cofres do governo de Brasília, que deverá chegar a R$ 4,8 bilhões até o fim de 2016.
A “gravíssima situação econômica” vivida pelo Distrito Federal será apresentada à presidente Dilma Rousseff logo após reunião com o Conselho Político da presidência da República pelo deputado federal Rogério Rosso (PSD), que pedirá à chefe do Executivo uma adequação ao Fundo Constitucional de cerca de R$ 1 bilhão, já para o ano que vem.
A situação financeira foi apresentada pelas pastas de Economia, Planejamento e Fazenda
“A situação financeira apresentada na reunião de hoje pelas pastas de Economia, Planejamento e Fazenda, demonstram uma gravíssima situação financeira. Após a reunião com a presidente Dilma vou levar a ela uma série de sugestões e questões fiscais para tentar readequar o Fundo Constitucional do DF, para tentarmos melhorar essa situação dramática”, anunciou Rogério Rosso.
De acordo com o deputado, o governo precisa de medidas urgentes para conseguir se estabilizar novamente. Apenas para este ano, a equipe econômica de Rollemberg prevê um saldo negativo de R$ 1,5 bilhão. Projetadas as despesas de 2016, que deverá contar com reajustes salariais para servidores, esse número deverá alcançar as cifras de R$ 4,8 bilhões.
Rosso, que é ex-governador do DF, acredita que mesmo com a crise financeira também vivida pelo governo federal será possível sensibilizar a presidente Dilma e recompor o repasse feito pela União por meio do Fundo Constitucional.
“A adequação que estamos pedindo é legal. Acho que, mesmo com a crise do governo federal, é possível fazê-la. A esperança é a última que morre. A situação fiscal e financeira do DF é crítica, e tanto a presidente Dilma quantos os ministros moram aqui, por isso acredito que o governo vai se sensibilizar e nos ajudar”, afirmou Rosso.
Aumento de impostos
A equipe econômica do governo Rollemberg, segundo Rogério Rosso, não tem usado o termo “aumento de impostos”, apesar da necessidade de aumento imediato de arrecadação. Para o Conselho de Governo, tem sido adotado o termo “atualização de valores”, como é o caso dos projetos de reajuste do ITPU e TLP (Taxa de Limpeza Pública), que, por divergências entre a base governista da Câmara Legislativa e o Buriti, tem transitado entre os dois poderes locais sem uma definição se entram ou não em pauta.
“Agora não é hora de aumentar imposto, mas sim de abaixá-los. O que se fala dentro do governo é em atualizar valores que há muito tempo não sofrem alterações, como é o caso do IPTU”, explicou Rosso.
A solicitação para que se levem os pedidos de readequação do Fundo Constitucional partiu do próprio Conselho de Governo, que tem se reunido semanalmente, desde que aliados do governo ameaçaram romper com a atual gestão. O grupo é formado pelos partidos PDT, PSD, SD e PSB, partido do governador Rollemberg.