Brasília, 26/08/2013 – O líder do PSD na Câmara dos Deputados, Eduardo Sciarra (PR), avaliou há pouco que o ex-chanceler brasileiro, Antonio Patriota, ficou numa situação insustentável e teve de pedir demissão por não conseguir explicar as circunstâncias da chegada do senador boliviano Roger Pinto Molina ao Brasil, principalmente pelo envolvimento de um diplomata e seu subordinado.
Para Sciarra, a situação, que envolveu o senador opositor boliviano sendo transportado por um carro oficial da embaixada, só poderia acontecer entre dois países com relações diplomáticas “perenes” caso a Bolívia tivesse concedido um salvo-conduto à Roger Pinto. “Como isso não aconteceu, foi como um sequestro”. Ele também alegou que “não pode imaginar” que houve participação do governo na ação que trouxe Roger Pinto ao Brasil.
No sábado (24), o senador boliviano, que estava asilado há mais de um ano na embaixada brasileira, chegou a território brasileiro após uma viagem de carro mais de 20 horas. Ele esteve acompanhado do encarregado de negócios da embaixada na capital boliviana, Eduardo Saboia, à frente da missão desde julho. O episódio gerou reação do governo boliviano e provocou a queda, nesta noite, do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Quem assume o Itamaraty agora é o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, que até agora era o representante permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas (ONU). (Ricardo Della Coletta)