Estadão: Líder do PSD prevê dificuldades na aprovação da MP 664

As dificuldades do governo para conseguir a maioria de votos necessários para aprovar na Câmara, na semana passada, a Medida Provisória 665 deve se repetir durante a apreciação da MP 664. A avaliação é do líder do PSD, Rogério Rosso (DF), ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Ele afirma que o ajuste fiscal não pode ser votado no “rolo compressor governista” diante da pressão da sociedade para entender o “freio de arrumação da economia”, o que exige empenho do Palácio do Planalto para avançar “ponto a ponto” o ajuste fiscal no Congresso Nacional.

“Não existirá mais rolo compressor governista, porque a sociedade organizada exige um debate muito aprofundado. O espaço de rolo compressor não existe mais. O País está vivendo um momento, especialmente econômico, que precisa dessa sintonia específica. Não dá mais para ser um ‘genericão’, tem de ser um ponto a ponto. Isso vai se dar em todas as matérias”, disse.

Ao ser questionado sobre como o PSD se comportará na votação da MP 664, após seis dos 34 deputados da legenda votarem contra a MP 665, Rosso disse que o posicionamento fechado da bancada será decidido em reunião prevista para amanhã à tarde. “Meu sentimento pessoal é de que precisaria de mais tempo para avaliar mais”, disse. “A nossa orientação é de que a 664 faz parte desse freio de arrumação da economia, mas por tratar de aposentadoria, requer mais cautela”, afirmou. Enquanto a MP 665 mudava regras de benefícios trabalhistas, como seguro-desemprego e abono salarial, a MP 664 altera benefícios previdenciários, como a pensão por morte.

Governabilidade

O líder do partido do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, relativiza a relação de poder do governo em controlar a base ao falar que – ao contrário do que tem dito o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) – a aprovação da MP 665 não é um marco de uma nova governabilidade da presidente Dilma Rousseff. “Vejo que os partidos da base não mudaram, mas a governabilidade se mede através de um conjunto de votações e não de uma específica”, observou.

Rosso sugeriu, assim, que o Planalto deve perdoar o PDT por todos os 19 deputados da legenda terem votado contra a MP 665. “Dá para perceber que partidos da base, como o PDT, vão ter de discutir a relação (com o governo). Mas não tem como (excluir da base), porque o PDT é um partido com uma história muito forte e importante na política do Brasil. O governo tem de chamar para discutir a relação. Cada partido é importante”, disse.

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