Rogério Rosso disse ser necessário ‘evitar ao máximo inovações, afastar qualquer procedimento sem fundamento legal que possa suscitar a suspeição, protelação ou nulidade dos trabalhos”
BRASÍLIA – O deputado Rogério Rosso (PSD-DF), presidente da Comissão Especial que avalia na Câmara o impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff, pediu que os integrantes do colegiado evitem medidas protelatórias e delegou ao relator do processo, Jovair Arantes (PTB-BO), a tarefa de decidir sobre a aceitação ou não da inclusão da delação premiada do ex-líder do governo no Senado Delcídio Amaral (sem partido-MS).
Rosso disse ser necessário “evitar ao máximo inovações, afastar qualquer procedimento sem fundamento legal que possa suscitar a suspeição, protelação ou nulidade dos trabalhos desta comissão”.
“Não posso permitir que esta comissão extrapole o que é razoável. É grande a responsabilidade sobre nós. Peço que membros reflitam sobre o que tenho dito e sobre o período que estamos vivendo”, afirmou Rosso.
O presidente do colegiado disse ainda que caberá a Jovair Arantes dizer se aceita ou não a inclusão de Delcídio no processo. A representação inicial considerava apenas as chamadas “pedaladas fiscais”. No entanto, quando Dilma foi notificada da abertura do processo, na semana passada, a presidência da Câmara já havia incluído da delação.
O governo apresentará questões de ordem e promete ingressar com ação no Supremo Tribunal Federal.
Segunda sessão. Com presença superior ao quórum mínimo necessário, a Câmara abriu sessão plenária nesta segunda-feira fazendo com que fosse contabilizada mais uma das 10 sessões que a presidente Dilma Rousseff tem para apresentar sua defesa na Comissão Especial do impeachment da Casa.
Esta foi a segunda realizada depois de a presidente Dilma ser notificada sobre a instalação do colegiado, na última quinta-feira, 17. Com isso, faltam agora oito sessões para acabar o prazo de apresentação da defesa. Neste momento, a sessão é apenas de debates, mas há previsão de que haja votação mais tarde.
A expectativa do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é de que mais duas sessões plenárias sejam realizadas ainda nesta semana: na terça-feira, 22, e quarta-feira, 23. Na quinta, 24, e sexta-feira, 25, não haverá sessões, em razão do feriado da Páscoa.
Após Dilma apresentar sua defesa, o relator do processo na Comissão Especial do impeachment, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), terá até cinco sessões para apresentar seu relatório e, depois, colocá-lo em votação. Da comissão, o parecer seguirá para o plenário da Casa.
Daniel Carvalho, Daiene Cardoso e Igor Gadelha – O Estado de S.Paulo