Rosso afirma que, embora Kassab seja ministro e criador da sigla, legenda precisa discutir qual posicionamento será tomado pela bancada
Brasília – O líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF), afirmou nesta quinta-feira, 3, que a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff deve suspender o recesso parlamentar. Apesar de seu partido fazer parte da base aliada e ter um dos mais importantes ministérios do governo (Cidades, comandado por Gilberto Kassab), o deputado evitou estimar quantos dos 32 integrantes da bancada vão votar contra o afastamento da petista.
“Qualquer que fosse a minha resposta, ela seria imprecisa. Esse é um processo que está iniciando. Nós temos uma bancada heterogênea, com muitos deputados de primeiro mandato. A partir de agora é que se dará essa discussão”, afirmou Rosso, ao chegar para uma reunião com outros líderes da base no Palácio do Planalto.
Ele afirmou que esse é um momento que requer “equilíbrio” e “harmonia” e que o PSD vai tomar a sua decisão respeitando a Constituição. “A gente tem votado não de forma subserviente ao governo, mas sim para o País, e assim será também neste momento”, disse.
Para o líder do PSD, o País começou 2015 enfrentando uma crise econômica e política, mas o Congresso não pode permitir que o ano termine com uma “crise institucional”.
A decisão de Cunha de aceitar o pedido de impeachment contra a presidente deverá ser lida nesta quinta-feira, 3, no plenário da Casa. Após a leitura, Dilma deverá ser notificada. A partir daí, todos os 26 partidos com representação na Câmara terão até 24 horas para indicar os membros da comissão especial que será criada para analisar o mérito do processo.
Isadora Peron – O Estado de S. Paulo