‘Há uma desproporcionalidade no pedido. Fica muito claro o objetivo político de colocar combustível nas manifestações de domingo’, afirmou o deputado Paulo Teixeira (PT-RS), vice-líder do governo
Brasília Líderes de partidos da base do governo na Câmara avaliaram que tem objetivo político o pedido de prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva feito na denúncia que o Ministério Público de São Paulo divulgou nesta quinta-feira, 10. Alguns deles avaliaram, reservadamente, que uma eventual prisão do petista será extremamente danosa ao governo. Era o que faltava para deflagrar o impeachment da presidente Dilma Rousseff, disse um dos governistas.
Pegos de surpresa, poucos foram os líderes que aceitaram se manifestar. Tomei conhecimento agora, mas entendo que o pedido não tem base jurídica, disse Paulo Teixeira (PT-RS), vice-líder do governo. Tem um forte viés político e demonstra a falta total de imparcialidade. Há uma desproporcionalidade no pedido. Fica muito claro o objetivo político de colocar combustível nas manifestações de domingo, afirmou Teixeira.
Os promotores Cássio Roberto Conserino e José Carlos Guillem Blat afirmam que há necessidade de prisão preventiva de Lula pois amplamente provadas suas manobras violentas e de seus apoiadores, com defesa pública e apoio até mesmo da presidente da República, medidas que somente tem por objetivo blindar o denunciado erigindo-o a patamar de cidadão acima da lei, algo inaceitável no Estado Democrático de Direito brasileiro, pois é inadmissível permitir-se o tumulto do estado normal de trâmite das investigações e do vindouro processo crime.
Para o líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF), a crise política chega ao seu ponto máximo. O Ministério Público, quando afirma a amplitude probatória da necessidade de prisão, deflagra o ápice da instabilidade política, uma vez que o Lula, maior líder individual do País, pode ser preso a pedido de uma das instituições de maior credibilidade do País, afirmou Rosso.
Também vice-líder do governo, o deputado Sílvio Costa (PT do B-PE) qualificou o pedido como um exagero sem precedentes e criticou os promotores. Isso não é uma peça jurídica. É uma peça política. Esse promotor dá sinais de ódio ao presidente Lula. Talvez esteja contaminado por uma parcela da elite paulista, que odeia o presidente Lula, afirmou Costa.
Daniel Carvalho – O Estado de S.Paulo