Marcos Rogério (PDT) diz estar produzindo um novo parecer prévio, que pode ser apresentado nesta quinta-feira; segundo o presidente do colegiado, processo não começará ‘da estaca zero’
Atualizada às 20h04
BRASÍLIA – O presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), anunciou na noite desta quarta-feira, 9, o novo relator do processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deputado Marcos Rogério (PDT-RO). O parlamentar já está produzindo um novo parecer prévio e pode apresentá-lo amanhã.
Araújo afirmou pretende votar o novo documento na próxima terça-feira, 15 e disse que, com a manobra para trocar o relator, o processo não começará do zero. “Não começa tudo de novo”, declarou.
O Conselho de Ética corre o risco de terminar o ano sem votar a admissibilidade do processo por quebra de decoro parlamentar do peemedebista. Para isso, Araújo já marcou sessões para terça-feira de manhã e à tarde. “Queremos votar o relatório antes do recesso”, afirmou.
Araújo evitou rebater as críticas do peemedebista e disse que vem seguindo as regras internas da Câmara. “Segui rigorosamente o regimento da Casa, do Conselho de Ética. Não posso ter um regimento para agradar A ou B”, respondeu.
Embora tenha votado à favor dos requerimentos de adiamento de votação hoje, Marcos Rogério deve apresentar um parecer favorável à admissibilidade do processo contra Cunha. O deputado alegou que defendeu o adiamento porque percebeu que havia uma manobra na Mesa Diretora para questionar a relatoria de Pinato e queria ganhar tempo para evitar nulidades processuais.
Araújo prepara ações contra Cunha apontando que o deputado usa o cargo em benefício próprio. Os conselheiros preparam um recurso no plenário pedindo a revogação da destituição de Fausto Pinato (PRB-SP) e um projeto de resolução pedindo o afastamento do presidente da Câmara. Não está descartado a possibilidade de pedir a intervenção do Supremo Tribunal Federal (STF).
O presidente do colegiado disse que está disposto a ir “a todas as instâncias” para garantir a continuidade do processo. “Se eu puder ir ao Papa para afastar o Cunha, eu vou ao Papa”, enfatizou.
Daiene Cardoso – O Estado de S.Paulo