Estadão.com.br – Últimas notícias: Acordo define dois aliados de Cunha como presidente e relator da Comissão de impeachment

Membros do governo e da base aliada indicam Rogério Rosso para a presidência e Jovair Arantes para a relatoria; sessão para instalação do colegiado e definição de cúpula está em andamento

BRASÍLIA – A presidente Dilma Rousseff sai perdendo no primeiro dia da instalação da Comissão Especial do impeachment na Câmara dos Deputados. Membros do governo e da base aliada passaram cerca de duas horas reunidos nesta quinta-feira, 17, e, após confusão, chegaram a um acordo sobre os nomes que irão sugerir nesta quinta para assumir as funções de chefia da comissão. Como presidente, o nome indicado será Rogério Rosso (PSD-DF), aliado de Gilberto Kassab, ministro das Cidades. Já o relator sugerido será Jovair Arantes (PTB-GO).

Ambos são conhecidos como aliados do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), responsável por deflagrar o processo de impeachment contra Dilma. os nomes foram decidios em reunião, nessa quarta-feira, 16, entre Cunha e membros do PSDB e do DEM. Com o acordo do governo e da base aliada em optar pelos mesmos nomes da oposição, eles devem ser eleitos nesta quinta. Para o líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), a decisão “visa a estabilidade do País”.

Ao ser questionado sobre a aproximação dos dois candidatos com Cunha, Guimarães disse que o processo segue a normalidade. “Eu me reúno com tanta gente aqui, com o Cunha, com todos eles, portanto isso não é problema nenhum. Aliás, ele ainda é presidente da Câmara, então não é motivo de restrição nenhuma”, afirmou o líder do governo. “Essa foi uma construção que integra dois partidos da base, apostamos na confiança que nós temos que eles farão um trabalho sério, não serão instrumento de ninguém, mas serão instrumento da estabilidade política.”

A decisão de acordo não foi unânime, o vice-líder do governo, Sílvio Costa (PT do B-PE), discutiu com os parlamentares. “É melhor perder do que ganhar sem ganhar”, disse o vice-líder sobre o acordo que estava sendo costurado. Em seguida, saiu da reunião. Nos bastidores, alguns deputados disseram que ele havia se oferecido para ser o relator da comissão, o que foi negado pelos demais. Um dos membros da base aliada afirmou que neste momento é preciso colocar “bombeiros” na liderança da comissão, e não “incendiários” como Sílvio.

Entre os participantes do encontro estavam o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), o líder do PR, Maurício Quintella (AL) e o líder do PP, Aguinaldo Ribeiro (PB). A sessão de instalação da comissão especial teve início por volta das 19h30, quando também devem ser definidos o presidente e o relator do colegiado.

A votação será em chapa única, com indicação de Rogério Rosso para a presidência, Carlos Sampaio (PSDB-SP) para a vice-presidência, Maurício Quintella (PR-AL) para a segunda-vice-presidência, Fernando Filho (PSB-PE) para a terceira-vice-presidência e Jovair Arantes para a relatoria.

A votação seguirá os procedimentos tomados em plenário nesta tarde, com votação de sim ou não para a chapa indicada.

Julia Lindner – O Estado de S.Paulo

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