Eduardo Cunha defende cortes e diz que aumento de IR não resolve crise

Presidente da Câmara disse que fará oposição a aumento de impostos.

Mais cedo, ministro da Fazenda disse que elevação do IR pode ser ‘caminho’.

Após o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, dizer que o aumento nas alíquotas do Imposto de Renda “pode ser um caminho” em busca do equilíbrio das contas públicas, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quarta-feira (8) ser contra qualquer tipo de aumento de imposto. Ele argumentou que eventual aumento do IR não resolverá o rombo nas contas públicas.

Para Cunha, o governo deve cortar gastos em vez de onerar o contribuinte. “Sou radicalmente contra qualquer aumento de impostos. Não é pela via do aumento de impostos que vamos resolver o problema da conta. É melhor cortar gastos. Se eles mandarem projeto dessa natureza, a Casa vai votar. E a Casa decide. Mas eu pessoalmente sou contra”, disse o peemedebista.

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O presidente da Câmara destacou que terá uma postura de “oposição” a essa proposta e disse crer que o “contribuinte não aguenta mais aumento de imposto”.

“Acho que a solução se dá pelo corte de despesa. Da minha parte, será oposição a qualquer aumento de imposto de qualquer natureza”, afirmou.

O governo federal enviou, no último dia 31 de agosto, o Orçamento de 2016 ao Congresso Nacional com previsão de déficit de R$ 30,5 bilhões. É a primeira vez que a peça orçamentária prevê que os gastos serão maiores que as receitas.

No sábado, Levy havia declarado que o governo estuda a criação de um possível imposto temporário para aumentar a arrecadação. Repercussão na Câmara Deputados governistas e da oposição também reagiram mal à declaração de Joaquim Levy. Integrante da base aliada, o líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF), disse que “fica difícil defender o governo” diante das propostas de aumento da carga tributária. Para ele, a ideia de elevar o Imposto de Renda não terá boa aceitação no Congresso Nacional.

“O país passa por uma situação delicada tanto do ponto de vista político quanto econômico, mas não pode ser solução aumentar a carga tributária. O brasileiro já trabalha quatro meses por ano para pagar impostos. O que queremos são medidas para aumentar a produtividade e competitividade. O Congresso vai reagir negativamente a qualquer aumento de tributos”, disse.

O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), não quis comentar o eventual aumento de impostos pelo governo e afirmou que prefere aguardar uma proposta concreta. Ele ponderou, no entanto, que medidas precisarão ser tomadas para fechar as contas públicas.

Vamos aguardar a proposta surgir de fato. Nós não temos conhecimento nem o governo falou oficialmente conosco sobre isso. Então, não dá para comentar o caso abstrato. Uma vez apresentado, certamente, o PMDB se manifestará sobre o fato concreto. Nos parece muito claro que medidas para o fechamento das contas terão que ser tomadas, medidas para cortar despesas e melhorar a receita, afirmou.

A oposição também disse que uma proposta como a defendida por Levy dificilmente será aprovada. “A classe média já paga 27,5% de Imposto de Renda. Se aumentar, vai parar de trabalhar para a família e começar a trabalhar só para o governo. O buraco é tão grande, que só resolverão a conta se cortarem em programas que criaram sem receita ou por motivos eleitoreiros”, afirmou o tucano Bruno Araújo (PSDB-CE), líder do bloco da oposição na Câmara.

Na mesma linha, o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), disse considerar um “absurdo que o governo insista em aumento da carga tributária como saída para a crise econômica. Mais uma vez vemos a penalização da classe média. O que o governo precisa fazer é reduzir o custo da máquina pública. Temos convicção de que o Congresso não vai aumentar a carga tributária.

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