O Conselho de Ética da Câmara ouve, nos dias 17 e 18 deste mês, oito testemunhas no processo contra o deputado André Vargas (sem partido-PR), acusado de quebra de decoro parlamentar por envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. Hoje (3), durante reunião do conselho, o relator do processo, Júlio Delgado (PSB-MG), indicou as testemunhas cujo depoimento poderá ajudar na instrução de seu parecer.
Delgado informou que, na semana passada, ele e o presidente do conselho, Ricardo Izar (PSD-SP), foram ao Supremo Tribunal Federal e pediram ao ministro Teori Zavascki cópia dos autos da operação, que incluem denúncias de envolvimento de Vargas com o doleiro. Segundo Delgado, Zavascki prometeu encaminhar as cópias ao conselho em dez ou, no máximo, 15 dias.
De acordo com o relator, primeiro devem ser ouvidas as testemunhas indicadas hoje, que são o próprio doleiro, o secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, os deputados Cândido Vacarezza e Vicentinho, ambos do PT de São Paulo, o proprietário da empresa Elite Aviation, Bernardo Tosto, e os donos do laboratório Labogen, Leonardo Meirelles e Esdra Ferreira. A Elite Aviation é a dona do avião em que André Vargas viajou para Sergipe com a família por conta de Youssef.
Depois, serão ouvidas as testemunhas indicadas por Vargas. Entre elas estão o doleiro Alberto Youssef, que também foi indicado pelo relator, e moradores da cidade paranaense de Londrina, terra de Vargas. O relator explicou que indicou líderes do PT para depor até porque o partido pediu a renúncia de Vargas e agora foi à Justiça pedir o mandato dele. “Embora o partido tenha pedido a renúncia e o cargo do deputado [André Vargas], não existe abandono dele pelo PT. É o que a gente vê aqui [no conselho], disse Delgado.