– Acabou sem um acordo a reunião da cúpula da comissão especial do impeachment com líderes partidários sobre o rito de votação do parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO), divulgado na última quarta-feira (6).
Desta forma, caberá ao presidente do colegiado, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), decidir se haverá sessões de debate de madrugada, se estendendo para o sábado (9) e o domingo (10). O relatório precisa ser votado até segunda-feira (11).
A oposição defende que a sessão de debates, que terá início hoje à tarde, continue até se esgotar o número de parlamentares inscritos. Mais de 100 deputados, entre membros e não membros da comissão, se inscreveram. Titulares e suplentes podem discursar por 15 minutos, os demais terão 10 minutos. “Nada impede que se trabalhe de sábado e até eventualmente domingo, até porque a situação do Brasil é de excepcionalidade”, pregou o líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA).
Os líderes deixaram o encontro com Rosso sem chegar a um consenso. O líder do PT, Afonso Florence (BA), afirmou que o regimento determina dias regulares e que a atipicidade de uma sessão no fim de semana joga para a “desestabilização”. “Não há necessidade e justificativa regimental para entrar no sábado e no domingo”, argumentou.
O líder do PSOL, Ivan Valente (SP), disse que sessões no fim de semana servem para criar “factoides” e disse que a normalidade das sessões em dias úteis deve prevalecer. “O que está em debate é a sensatez”, comentou.
O petista afirmou que ainda não há plano de recurso ao Supremo Tribunal Federal. “Se houver flagrante ilegalidade, vamos recorrer, mas não é a nossa intenção”, declarou.
Rosso deixou o encontro pela porta dos fundos, sem falar com os jornalistas. Florence classificou o parecer de Jovair de fraco por não provar que houve crime de responsabilidade contra Dilma. “Consideramos que é um parecer muito frágil”, afirmou. /Agências