Pedido de demissão foi feito após vazamento de áudios com conversas.
Ex-ministro criticou condução da Lava Jato e aconselhou investigados.
A saída de Fabiano Silveira do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle nesta segunda-feira (30) repercutiu imediatamente no Congresso Nacional. Parlamentares da oposição disseram que a saída de Fabiano era previsível. Já integrantes da base falam que ele não tinha condições de continuar à frente da pasta.
Fabiano Silveira pediu demissão do Ministério da Transparência após a TV Globo divulgar gravações em que o agora ex-ministro criticava a condução da operação Lava Jato pela Procuradoria Geral da República e aconselhava o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre como ele deveria se comportar diante das investigações.
Veja o que disseram os parlamentares:
Pauderney Avelino (DEM-AM), líder do DEM na Câmara: “O caminho para que os projetos deem certo é resolver os problemas quando eles aparecem. Precisamos nos concentrar em encontrar caminhos para a grave crise que assola o país. A saída de Fabiano Silveira dá novo fôlego ao governo Temer, que precisa centrar-se no processo de reconstrução nacional.” Rogério Rosso (PSD-DF), líder do PSD na Câmara “O doutor Fabiano tomou a decisão correta e poderá esclarecer nos foros adequados essa situação. Ele mostrou desprendimento e percebeu o momento delicado que vive o país.” Ronaldo Caiado (GO), líder do DEM no Senado “O ministro já não tinha condições, e a sociedade não vai admitir qualquer retrocesso na investigação de desvios de integrantes do governo. Temer precisa adotar sempre esse padrão de afastar e de não transferir problemas individuais para o governo. Só assim terá tranquilidade para tirar o País desse momento difícil.” Vanessa Grazziotin (AM), líder do PC do B no Senado Imaginava que isso fosse acontecer porque ele estava à frente de um ministério que tem papel fundamental nas investigações. Continuar ficaria muito difícil. E a prova disso foi o dia de hoje em que servidores do ministério fizeram manifestações contra o ex-ministro. Eu imagino que alguém que tenha feito críticas a investigações continuar à frente do ministério seria muito difícil. A demissão foi previsível.