correiobraziliense.com.br: Governo e oposição não contam com maioria dos votos que analisa impeachment

Levantamento do Correio mostra que hoje está 31 a 25 contra Dilma

A primeira votação que definirá o futuro político da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, na comissão especial que analisa a admissibilidade do processo de impeachment contra a petista, deverá ter resultado apertado. Levantamento feito pelo Correio com parlamentares mostra que hoje nem a oposição nem o governo atingiram maioria simples de 33 votos no colegiado, formado por 65 deputados. O presidente, Rogério Rosso (PSD-DF), só vota em caso de empate, por isso, não foi incluído na contagem. Sem contá-lo, mas incluindo o relator Jovair Arantes (PTB-GO) — cujo parecer tende a ser pelo impeachment –, há oito deputados indecisos. Dois deles, líderes de bancada Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Maurício Quintella Lessa (PR-MG), estão em meio a negociações de cargos com o governo, indicando que o Planalto pode levar dois votos ou mais se eles conseguirem virar as bancadas.

O objetivo do governo é barrar o impeachment já na Câmara e evitar que o Senado tenha de se debruçar sobre a decisão de abrir processo contra Dilma. Hoje, há mais parlamentares a favor do impeachment do que contra: 31 a 25. Mas, mesmo que avance na comissão, o resultado no plenário se torna cada vez mais incerto. Isso porque mais do que o governo precisar de 172 votos para garantir a vitória, a oposição necessita de 342 votos — equivalentes a dois terços dos 513 parlamentares — para enviar o impeachment ao Senado. Dilma deverá apresentar a defesa amanhã. O relator terá cinco sessões plenárias para apresentar o parecer, mas pode antecipar esse prazo. A interlocutores, Jovair tem dito que um terço de seu relatório está pronto. O restante será concluído com os argumentos do Planalto que serão expostos pelo Advogado-Geral da União, José Eduardo Cardozo.

O PP, cuja maioria na comissão vota a favor do impeachment, deve ganhar mais espaço no governo. Gilberto Occhi é cotado para assumir a vice-presidência da Caixa. Em seu lugar, entraria o suplente, deputado Cacá Leão (BA), que também é do PP. O Ministério da Saúde, ocupado por Marcelo Castro (PMDB-PI), que resiste em sair do cargo, deve ficar disponível e entregue à legenda. O PR ficaria com ao menos dois ministérios, entre eles o dos Transportes. A decisão dos ministros do PMDB em ficar acabou por atrasar a chamada “repactuação”, com a distribuição de mil cargos — nos cálculos do governo — a serem deixados vagos pelo PMDB.

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