Correio Braziliense: Sob a égide da esperança – Por Rogério Rosso

Brasília nasceu sob o signo da inovação e da ousadia. Nada nesta cidade foi pensado para ser igual ao que já existia. Seus idealizadores, inspirados no espírito desbravador e futurista de JK, vislumbraram um espaço urbano em plena aridez do cerrado onde o céu fosse o seu mar; onde o filho do operário pudesse estudar no mesmo colégio do filho do ministro; onde cada quadra tivesse vida própria e a universidade pudesse formar verdadeiros intelectuais e não simplesmente profissionais competentes em suas respectivas áreas de atuação. E, para tais missões, ele se cercou de gênios como Oscar Niemeyer, Lucio Costa e Darci Ribeiro.

Essa era a visão de Brasília que Juscelino passava para o mundo. E ele fez isso com persistência e determinação. Superou divergências e quebrou resistências, não pela força, mas pela argumentação. Àqueles que criticavam seu projeto retribuía convidando-os para visitar as obras da futura capital. Foi assim com o maestro Tom Jobim, com o poetinha Viníicius de Moraes e com o cantor e compositor Juca Chaves. Era assim que ele acabava por convencer a todos da grandiosidade de Brasília e de sua importância para a interiorização do desenvolvimento do Brasil.

Hoje, Brasília está consolidada como capital de todos os brasileiros. Às vésperas de comemorar 55 anos, a cidade não sofre mais qualquer tipo de questionamento quanto ao que ela representa para o desenvolvimento nacional, o que é motivo de orgulho para todos nós. No entanto, ao sentimento de alegria e de dever cumprido se soma novamente um dos momentos políticos mais graves de nossa história.

A crise financeira e administrativa na qual Brasília mergulhou nos últimos meses não tem precedentes. Mas, como uma fênix, a cidade começa a ressurgir das cinzas. Nossa gente mostra, mais uma vez, sua capacidade de enfrentar dificuldades e superá-las pelas próprias forças de forma ordeira e democrática. Temos que reconhecer, também, o esforço dos segmentos organizados e das correntes defensoras da autonomia política da capital.

Quis novamente o destino que pudéssemos unir forças no grupo escolhido pela nossa gente para cuidar da cidade. Com esse povo assumimos um único compromisso — o de dedicar cada minuto da vida na nova trajetória para devolver uma cidade saneada com instituições em pleno funcionamento e prontas para cumprir o papel de construir a Brasília dos sonhos de todos nós para os próximos anos.

A partir de hoje, como congressista, oito deputados federais e três senadores da República integram o pacto pelo resgate da cidade. Será tarefa hercúlea auxiliar o Poder Executivo sobretudo na busca de recursos e investimentos que permitam reverter o caos e o verdadeiro saque aos cofres públicos que hoje trazem danos irreparáveis para todos nós.

Nosso principal preceito é cuidar de gente. Estar na rua levando o Estado para mais próximo dos que nos legitimaram para cuidar dos interesses coletivos da capital, levando em conta sempre a boa prestação dos serviços públicos, independentemente da esfera executiva ou legislativa, que a população espera de todos nós. E temos feito isso já desde 1º de janeiro.

Basta ver as principais ações determinadas pelo governador Rodrigo Rollemberg e capitaneadas pelo vice-governador Renato Santana. Na rua, temos o sentimento das reais necessidades, vemos de perto os problemas que mais afligem a nossa gente e podemos unir forças para vencer os percalços que impedem o desenvolvimento e o progresso das cidades.

Portanto, neste momento único, queremos reiterar aos brasilienses o compromisso com a transparência, com a eficiência e com a legalidade, a convicção de que somente com muito trabalho poderemos superar as dificuldades, e nossa esperança de que o futuro de Brasília é muito maior do que eventuais percalços do presente. Vamos construir, juntos, a Brasília que possa orgulhar nossos filhos e netos. Essa é a nossa certeza e, cremos, a esperança que deve nos mover a todos. E que Deus nos abençoe.

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