Presidente da comissão de impeachment pretende se reunir com ministros do STF para apresentar trâmite do processo
GUILHERME WALTENBERG
ESPECIAL PARA O CORREIO
O presidente da Comissão Especial que vai analisar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), agendou para a próxima segunda-feira uma visita ao Supremo Tribunal Federal (STF). A ideia é mostrar ao ministro José Roberto Barroso que relatou recurso do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDBRJ) sobre as regras do processo que a condução do pedido está sendo feita de acordo com as regras estabelecidas pelo colegiado.
A ideia é mostrar para o Supremo que as decisões da comissão (do impeachment) são absolutamente balizadas nas decisões do Supremo, na Constituição e na lei do impeachment, afirmou ontem.
A visita será feita na companhia do relator da comissão, deputado Jovair Arantes (PTB-GO).
No último domingo, em entrevista exclusiva ao Correio, o deputado destacou a importância de seguir rigorosamente a Constituição, dado o clima políticotensionado que o país atravessa, com manifestações em diversas localidades do país tanto a favor quanto contra o impedimento de Dilma.
Vivemos no meio da tempestade perfeita. Uma crise econômica muito grave, uma instabilidade e uma crise política tão grave que, se a gente não tomar cuidado, na absoluta atenção à Constituição, a gente pode dar início a uma crise institucional, declarou na ocasião o deputado.
Dessa forma, ele avaliou que a reunião será importante para garantir harmonia entre o Poder Legislativo e o Judiciário. As instituições precisam se unir em prol da democracia, da harmonia, da independência dos poderes, prosseguiu.
Precisamos dar uma resposta para a sociedade (sobre o impeachment), prosseguiu, defendendo a rapidez do processo.
No início desta semana, o deputado definiu que as denúncias contidas na delação premiada do ex-líder do governo Delcídio do Amaral (sem partido-MS) não serão incluídas no processo de impeachment da presidente Dilma.
Proteção
Rosso informou que o relator do processo de impeachment, Jovair Arantes, pediu proteção à polícia legislativa devido ao clima político tenso. Arantes disse que o muro do seu escritório político teria sido atacado na manhã de quarta. Ele (Jovair) não comentou um episódio específico (ao pedir proteção), disse Rosso. Ele solicitou que eu fizesse esse expediente junto ao presidente da Casa para que a Polícia Legislativa desse o apoio necessário para a tranquilidade do deputado.