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Ana maria campos

Rosso no comando do impeachment

O Distrito Federal tem três integrantes na comissão da Câmara que vai analisar o impeachment da presidente Dilma Rousseff: Rogério Rosso (PSD) e Ronaldo Fonseca (PROS) como titulares e Izalci Lucas (PSDB), na suplência. Rosso será o presidente. Teve o nome aprovado em consenso. Engana-se quem aposta numa posição de defesa da presidente da República. A conduta dele hoje é uma incógnita. Vai depender muito da deterioração do governo. E é bem provável que esse desgaste piore dia a dia. Se Dilma chegar ao fundo do poço, Rosso não dará a mão à petista. Seguirá com a vontade popular.

Influente no Congresso

Há tempos, no meio político, Rogério Rosso (PSD-DF) é considerado um dos nomes fortes para a sucessão do governador Rodrigo Rollemberg ou para o Senado. Governador em mandatode nove meses em 2010, eleito pela Câmara Legislativa depois da crise da Operação Caixa de Pandora, ele conquistou espaço político no Congresso assim que pisou na Câmara. Tornou-se líder de uma bancada de 32 deputados, pediu no ano passado publicamente a cabeça do então ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e apresentou o substitutivo aprovado na Câmara que reduziu para 16 anos a maioridade penal. Alguma dúvida de que a posição na presidência da comissão do impeachment vai marcar a trajetória política de Rosso? Com certeza, ele vai se lembrar de que faz política na unidade da Federação em que a presidente Dilma Rousseff tem uma das maiores rejeições no país.

De casa

Rogério Rosso foi eleitor de Aécio Neves em 2014. Mas se aproximou de Dilma Rousseff por intermédio de seu padrinho político, Gilberto Kassab, que exerce cargo no governo, comoministro das Cidades. No ano passado, a presidente esteve na casa de Rosso no Lago Sul, na comemoração do aniversário de Kassab. Conversou com a mulher do deputado, Karina Rosso, com os filhos do casal e ainda se deixou fotografar com Prada, a cachorrinha da família. Em vários momentos, Rosso e Dilma trocaram impressões por telefone sobre votações no Congresso e, inclusive, sobre uma afinidade: o pedal.

Entre Cunha e Dilma

O presidente da comissão do impeachment, Rogério Rosso, conseguiu se equilibrar nos últimos meses numa posição delicada. É aliado de dois inimigos: o presidente da Câmara, Eduardo Cunha

(PMDB-RJ), e da presidente Dilma Rousseff.

Tenso

O governador Rodrigo Rollemberg está tenso com a possibilidade de confrontos em Brasília entre partidários contra e a favor do impeachment da presidente Dilma. Ele tem acompanhado dia a dia o trabalho das forças de segurança e conseguiu ontem ônibus para tirar petistas da frente do Palácio do Planalto, medida para evitar um conflito com os manifestantes que foram protestar contra a posse do ex-presidente Lula na Casa Civil.

Sintonia com a PF

Criticado pela Associação dos Delegados de Polícia Federal (APDF) pela proximidade com o ex-presidente Lula, o novo ministro da Justiça, o subprocurador-geral da República Eugênio Aragão, é considerado entre os seus pares um aliado de delegados federais. Ele tem uma posição, considerada polêmica, que reflete o pensamento de uma minoria interna. É totalmente contrário ao poder de investigação do Ministério Público.

Condenou Roriz

O juiz Itagiba Catta Preta Neto, que suspendeu a posse de Lula na Casa Civil, condenou, em 2010, o ex-governador Joaquim Roriz a devolver aos cofres da União o montante de R$ 7,7 milhões. Ele considerou irregular um contrato para compra de caminhões para o Corpo de Bombeiros, realizada sem licitação. Itagiba afirmou na época que o negócio foi uma “grandiosa e desastrada contratação”. Na época, Roriz tentava concorrer contra o petista Agnelo Queiroz, mas foi impedido pela Lei da Ficha Limpa.

A pergunta que não quer calar….

Da base da presidente Dilma Rousseff e do presidente da Câmara, como Rogério Rosso vai comandar a comissão do impeachment?

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