Ana maria campos/anacampos.df@dabr.com.br
Delegados cobram apoio
Não vai ser fácil a vida do diretor-geral da Polícia Civil do DF, Eric Seba, durante as negociações de reajustes da categoria com o governador Rodrigo Rollemberg. Seba passou a ser cobrado diretamente pelos delegados para que apoie abertamente as suas reivindicações. Eles querem uma posição clara do chefe da instituição sobre demandas que precisam ser decididas por Rollemberg. Faixas, afixadas no portão principal de acesso ao complexo da Polícia Civil, com mensagens a Seba partiram do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil (Sindepo) e da Associação dos Delegados de Polícia (Adepol), duas entidades que sempre o apoiaram. Agora, Seba terá de tomar partido entre a classe e o chefe, Rodrigo Rollemberg, num momento em que o governo diz não ter condições de avançar em benefícios para servidores públicos. Seba diz que está trabalhando pelos colegas. “O que é possível fazer pela direção-geral nós temos feito: várias reuniões e interlocuções com o governador e com segmentos do governo. Infelizmente, não tenho autonomia para deliberar sobre essas questões de forma definitiva. Mas todos os pontos estão sendo discutidos com a nossa argumentação para tentar resolvê-los”, disse Seba à coluna, sobre a lista de pedidos dos policiais civis.
#VaiFaltarCadeia
A criminalidade não está dando moleza. A Polícia Civil do DF levou 6.277 pessoas para a cadeia nos primeiros seis meses deste ano. Foram 3.023 prisões realizadas pelas delegacias especializadas e 3.254 pelas circunscricionais. A maioria ocorreu com autorização judicial, ou seja, decorreu de investigação dos delegados e agentes. Com mandados de prisão, foram 3.973, incluindo a apreensão de 765 menores. Houve 2.304 detenções em flagrante. 2016 será um ano para ficar marcado. Nesse ritmo, no fim de dezembro, serão mais de 12 mil prisões. A média de anos anteriores foi de 9 mil. Os números, a que a coluna teve acesso com exclusividade, são da Divisão de Comunicação da Polícia Civil do DF.
Selfies, nudes e fotos de políticos no Passe Livre
Promovido pela Secretaria de Mobilidade do DF para detectar fraudes e inconsistências, o recadastramento dos beneficiários do passe livre estudantil detectou também a irreverência de alguns candidatos ao benefício. Entre as imagens enviadas para registro no programa, há selfies e até nudes, como o da foto. Foram, claro, descartados. Um dos que se inscreveu para ser liberado da tarifa de ônibus mandou, como sua própria identificação, uma foto do ex-governador José Roberto Arruda.
Enquanto isso…
Na sala de Justiça
Terminam amanhã as inscrições para quem quiser concorrer à vaga da OAB no Tribunal de Justiça do Distrito Federal. A expectativa é de que mais de 30 advogados disputem. A direção da ordem vai promover uma consulta entre os membros da classe para a seleção de 12 nomes. Desses, seis serão eleitos pelo conselho da OAB, provavelmente na segunda quinzena de agosto. Em seguida, é escolhida uma lista tríplice pelos próprios desembargadores. O novo magistrado será nomeado pela Presidência da República: Michel Temer ou Dilma Rousseff, a depender do resultado do julgamento do processo de impeachment no Senado.
Duas vezes tampão?
Se conseguir chegar à presidência da Câmara dos Deputados nesta semana, o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) será um raro caso de duplo mandato-tampão. Foi governador durante nove meses em 2010 e seria o número dois na linha sucessória da Presidência da República nos próximos seis meses e 15 dias. Mas, para alguns aliados do parlamentar de Brasília, seria melhor deixar passar a vez agora para concorrer, de verdade, no próximo ano, quando o mandato de presidente da Casa será de dois anos.
Risco de adiamento
O presidente em exercício Michel Temer quer a eleição da presidência da Câmara dos Deputados na terça-feira. O risco de deixar para quinta-feira, um dia antes do início do recesso, é não ter quórum e a disputa ficar para agosto, um mês já bastante tumultuado pela votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Deixar tudo junto pode significar derrota dupla, avaliam aliados de Temer.
Mágoas
Rogério Rosso tem um adversário ao lado do presidente em exercício. Tadeu Filippelli, assessor especial de Michel Temer, não esquece a postura de Rosso em 2010, quando decidiu ser candidato ao Palácio do Buriti, contra a pretensão dele de concorrer como vice na chapa de Agnelo Queiroz. Presidente do PMDB-DF, Filippelli se considera fundamental na eleição de Rosso ao GDF e depois se sentiu traído. Mas o acordo para a presidência da Câmara passa bem longe dessas mágoas políticas do passado no DF.
De novo o drama da falta de dinheiro para salários
Técnicos do governo estão tensos com relação ao segundo semestre. Como no ano passado, o risco de faltar dinheiro para pagar a folha em novembro e dezembro é real.
Sem restrições ao Uber
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no DF (OAB-DF), Juliano Costa Couto, notificou o governador Rodrigo Rollemberg sobre a regulamentação do Uber. Qualquer restrição do número de carros para o serviço de transporte é inconstitucional. O governo já sinalizou que pensa da mesma forma.
“A parlamentar diz que está proibido a qualquer docente abordar temas relacionados às questões de gênero ou orientação sexual em sala de aula, quando na verdade a liberdade de aprender e ensinar é um princípio constitucional” Deputada federal Érika Kokay (PT-DF), em representação por quebra de decoro parlamentar protocolada contra a deputada
Sandra Faraj “Querem me condenar porque enviei um ofício pedindo informações e esclarecimentos a uma escola pública. E os pais não têm o direito de saber o que acontece nas salas de aulas?” Deputada distrital Sandra Faraj (SD), explicando por que pediu informações a professores da rede pública do DF À QUEIMA-ROUPA Joe Valle secretário do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos Depois de apenas nove meses no governo numa pasta considerada uma supersecretaria, você decidiu retornar ao mandato na Câmara Legislativa. Por que essa decisão?
Desde quando fui para o governo, tinha colocado que fui eleito para ser legislador, para ser deputado. Num acordo com o governador, fomos ajudar o governo num momento de muita necessidade para fazer a fusão de três secretarias muito importantes. Cumprimos a nossa missão. As sementes estão todas germinadas e agora alguém precisa cuidar delas. Terminou esse momento da minha vida.
Deu para fazer algo com esta alegada falta de recursos por parte do governo?
Lógico que me concentrei muito na organização da secretaria que é o pecado mortal da gestão dos principais governos. Trabalhamos em linhas estruturantes. Montamos um planejamento estratégico, da base para o topo, fizemos o processo da qualificação corporativa, para formar as pessoas, para resgatar a auto-estima, trabalhamos equipando a secretaria a partir de recursos públicos federais com uma nova frota e iniciamos todo o processo de contratação para dar manutenção nos próprios que são muitos.
A sua expectativa é de que o seu sucessor seja alguém alinhado à sua atuação política?
Lógico. Os partidos que participam do governo têm sempre que visar formar quadros na parte de gestão pública. Então, temos certeza absoluta que, pelo bom senso do governador Rodrigo Rollemberg, esse alinhamento será completo, até porque você não amadurece um sistema de gestão em nove meses, nem em um ano, nem em dois. Há necessidade que se dê continuidade.
Existe uma cobiça grande dos deputados para indicar alguém para a secretaria?
Acho que se há cobiça precisa ser repensada porque a secretaria é extremamente demandada por pessoas de vulnerabilidade num momento que não se tem recursos. O desgaste é muito grande, excessivo, porque você está sempre reagindo. Preparamos um quadro para começar a proagir. Temos pessoas passando fome, muitos desempregados…
Você vai deixar um cargo com visibilidade grande. Vai gerar uma disputa na base do Rollemberg?
Essa é uma questão para o governador decidir, logicamente dentro das necessidades dele. O PDT é um partido da base, tem sempre ajudado desde o primeiro momento, tem quadros capacitados para fazer esse processo. Acredito que uma ruptura de gestão partidária traria muitos prejuízos para o governo.
Volta para disputar a Presidência da Câmara Legislativa?
Neste momento, não passa pela minha ideia. Estou muito voltado a trabalhar por uma política distrital de assistência social, retomar o mandato que sempre foi muito participativo. Voltar também à fiscalização da saúde e representar a questão ambiental e a área rural.
Acredita que ainda é possível aprovar a emenda da reeleição em segundo turno?
Pelo que tenho visto na política, tudo é possível, não que eu aceite isso. Desde que entrei na Câmara, todo mundo sabe sou contra. Votei contra e vou continuar votando contra. Acho que a Celina fez um bom trabalho na presidência, é uma boa deputada, mas precisamos de renovação.
Sua ideia de não disputar pode mudar?
Você nunca pode dizer não a nada na política porque o projeto é coletivo. Mas essa não é a minha pretensão.