Ana maria campos/anacampos.df@dabr.com.br
Jogo jogado
Cotado como nome forte para a Presidência da Câmara dos Deputados com a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Rogério Rosso só vai se apresentar como interessado ao cargo se não houver disputa, ou seja, com o jogo já jogado nos bastidores. Como a candidatura pode ser registrada horas antes de começar a votação, Rosso só entra para ganhar. É o estilo do deputado de Brasília. Foi assim quando virou governador, também emmandato tampão, durante nove meses, em 2010, depois da crise com a Operação Caixa de Pandora. Na ocasião, Rosso surgiu como uma surpresa e ganhou a eleição indireta na Câmara Legislativa, com o apoio de seu partido à época, o PMDB, liderado por Tadeu Filippelli, braço direito hoje do presidente em exercício, Michel Temer. Com a estratégia de virar presidente em consenso, Rosso mede as palavras, como se percebe na entrevista concedida à coluna. Se não conseguir o apoio para ser presidente, nunca assumirá que trabalhou para ser candidato nos bastidores.
Vai esquentar a disputa pela Presidência da Câmara Legislativa
A volta de Joe Valle (PDT) à Câmara Legislativa vai embaralhar o jogo da sucessão à presidência no segundo semestre. O atual secretário de Desenvolvimento Social, Trabalho e Direitos Humanos é contra a emenda à Lei Orgânica que permite a eleição de membros da mesa diretora numa mesma legislatura, projeto da deputada Celina Leão (PPS), e vai trabalhar para enterrar o projeto. Joe não chega oficialmente como candidato à sucessão de Celina, mas ninguém duvide de que ele vai, aos poucos, entrar na disputa. O deputado Agaciel Maia (PR), preferido pelo governador Rodrigo Rollemberg, tem trabalhado muito para vencer a briga. Com o apoio do Executivo, sai na frente.
Distantes
Dificilmente o deputado Joe Valle (PDT) será o nome do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) para a disputa pela presidência. Os dois são da mesma base política, mas não mantêm uma relação próxima.
Tu-tu-tu
Esse é o som que se escuta ao ligar para os telefones da Secretaria de Saúde. Ontem à noite, a comunicação com a pasta era feita somente por e-mail. Essa é a terceira vez que o problema acontece. As linhas estão bloqueadas por falta de pagamento, segundo funcionários da pasta.
Saia justa com aliados
A tentativa de interferência dos distritais Sandra Faraj (SD) e Rodrigo Delmasso (PTN) no conteúdo das escolas públicas foi muito criticada por técnicos da educação e pelos professores. Mas a resposta do governo foi elaborada com muito melindre político. É que os dois parlamentares estão atualmente entre os mais fiéis aliados do governador Rodrigo Rollemberg. Eles têm cargos no governo e costumam estar presentes nos eventos oficiais do GDF. O episódio gerou clima de saia justa. Faraj, aliás, é a madrinha de um cargo emblemático, o titular da Secretaria de Justiça e Cidadania, Marcelo Lourenço Coelho Lima.
À QUEIMA-ROUPA
Rogério Rosso
Deputado federal (PSD-DF)
Vai concorrer à Presidência da Câmara dos Deputados?
Não tenho absolutamente nenhuma pretensão nesse sentido. O momento é de apaziguar os ânimos da Câmara e buscar consensos em nome da estabilidade da Casa. Quero ajudar na união.
Qual deve ser o perfil do deputado para assumir a Casa neste momento?
Conciliador, previsível e que compreenda o difícil momento que o país vive.
Estar na primeira legislatura atrapalha um possível consenso em torno de seu nome?
Não tenho essa impressão.
E o fato de ser visto como um aliado de Eduardo Cunha?
Não sou aliado do Cunha. Não votei nele para presidente. Mas, como líder de quase 40 deputados, tenho a obrigação de ter uma relação institucional respeitosa com ele.
Aliados da presidente Dilma veriam seu nome com desconfiança por ter presidido acomissão de impeachment?
Apresentei um projeto proibindo que parlamentar presidente ou relator de comissão de impeachment assuma cargos no Poder Executivo. Porém, o parlamento é independente e autônomo.
Qual será a força do presidente Michel Temer nessa eleição para a Presidência da Câmara?
O presidente Temer tem uma relação muito respeitosa e republicana com o Congresso. Seguramente, ele vai respeitar a independência do Legislativo, como sempre fez.
Ao renunciar à Presidência da Câmara, Eduardo Cunha chorou. Ele foi injustiçado?
Temos que respeitar a emoção e o sentimento do próximo. Não cabe a mim julgar absolutamente ninguém sobre seus sentimentos.
E se o seu nome surgir como um consenso? Aceitaria?
Acredito ter nomes mais preparados e experientes.
Se você não for candidato, quem apoiará?
Vamos primeiro aguardar os nomes e fazer uma avaliação.