Ana maria campos/anacampos.df@dabr.com.br
Obras na orla serão retomadas
O governo poderá retomar imediatamente as obras na orla do Lago Paranoá. O ministro Napoleão Nunes Maia, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), decidiu ontem que a Vara do Meio Ambiente de Brasília, que determinou a desobstrução, é mesmo a responsável pelas decisões relacionadas a construções à beira do lago. Foi uma decisão provisória até o julgamento do Conflito de Competência que discute se o foro adequado seria a Justiça Federal ou a Justiça comum. O caso será analisado em agosto. Enquanto isso, há tempo hábil para a construção de ciclovias, trapiches, gramados, arborização e banheiros nos parques. O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) tem pressa em concluir as obras e quer aproveitar o periodo de seca.
Aliados do DF
A bancada do Distrito Federal vai fazendo história na crise nacional. O deputado Rogério Rosso (PSD-DF) presidiu a comissão do impeachment e virou o nome forte defendido por Eduardo Cunha para substituí-lo na presidência da Câmara. Laerte Bessa (PR-DF) foi um dos mais contundentes defensores de Cunha no Conselho de Ética. Agora, o deputado Ronaldo Fonseca (Pros-DF), aquele que votou pelo afastamento de Dilma Rousseff em nome da paz na Palestina, é o relator do pedido de cassação de Cunha na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Deve agir como aliado.
Os escolhidos
Eleita em primeiro lugar por promotores e procuradores de Justiça para a lista sêxtupla que concorre à vaga do Ministério Público no Judiciário local, Eunice Amorim Carvalhido ficou fora da seleção dos desembargadores ontem. O Tribunal de Justiça do DF escolheu a seguinte composição: José Firmo dos Reis Soub, com 27 votos; Diaulas Ribeiro, com 22 votos; e Vítor Gonçalves Fernandes, que obteve 20 votos. Um dos três será nomeado pelo presidente em exercício, Michel Temer.
Siga o dinheiro
R$ 500 milhões
É o custo do auxílio-moradia de policiais militares em 2016
À QUEIMA-ROUPA
Benito Tiezzi
Presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil (Sindepo-DF)
Como está a negociação da Polícia Civil com o governador Rodrigo Rollemberg sobre o reajuste reivindicado pela categoria?
O canal está aberto. Mas não há garantia ainda de manutenção da nossa isonomia com a Polícia Federal. É uma isonomia histórica, no amor e na dor. Por causa dela, passamos a ser o nono ou décimo lugar em termos de salário no país. O arrocho foi tão grande que ficamos para trás. A nossa capacidade de compra se esvaziou. Hoje ganhamos menos que outras carreiras jurídicas e, no momento em que há um aumento para a PF, não podemos deixar de ter também. Seria uma perda ainda maior.
Como pagar um reajuste salarial se o governo alega crise financeira?
O governador não disse que não vai pagar. Prometeu voltar a conversar em 15 dias, mas o que nos preocupou foi a falta de garantia de isonomia com a Polícia Federal. Isso é histórico.
O argumento da falta de recursos sensibiliza a classe?
Em hipótese alguma, até porque a primeira parcela do reajuste é para 2017 e temos uma estimativa de aumento de 8% do Fundo Constitucional no próximo ano. Na campanha, o governador garantiu que manteria a isonomia. Nenhum governador cogitou tirar.
Quando foi o último reajuste da classe?
Foi em 3 parcelas de 5%, em 2011, 2012 e 2013. Todos os servidores do GDF foram reajustados depois disso. Nós ficamos para trás.
O clima é de greve?
A assembleia vai decidir. Mas a sensação na categoria é péssima. A Polícia Civil está em polvorosa. Nós não deixamos de fazer o nosso trabalho, que é de excelência, fundamental, mas a sensação é de que não somos prioridade.
Quando a Polícia Civil faz greve um serviço essencial é paralisado. Não é um risco de acabar perdendo o apoio da população?
Fazer greve é péssimo. Os delegados não entram na paralisação. Mas os agentes param e isso compromete o trabalho. Ninguém quer greve. Por isso, tomara que o governador entenda nossa situação. Os servidores estão desestimulados por conta da questão salarial. O superendividamento é assustador.
E o auxílio-moradia? O Tribunal de Justiça do DF considerou inconstitucional a emenda à Lei Orgânica do DF que criou o benefício. A categoria vai desistir?
O nosso foco é o salário. Vamos discutir o auxílio-moradia mais para frente. Nosso deficit é de 50%. Esse aumento só vai diminuir o deficit. É uma questão de dignidade. Foi uma derrota para a Polícia Civil, mas um combustível explosivo para buscarmos nosso reajuste salarial.