Ricardo Noblat
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) anunciará, hoje, sua renúncia ao cargo de presidente da Câmara dos Deputados.
Não, Cunha não renunciará hoje. Talvez mais adiante, caso conclua que isso o ajudará a escapar da cassação do mandato.
Amigos e desafetos de Cunha que, ontem, encheram o plenário da Câmara, ora apostavam numa coisa, ora na outra.
De fato, ele poderá renunciar hoje, amanhã ou dia algum. Cunha conserva uma réstia de esperança na preservação do seu mandato.
Como não passa de uma réstia, pragmático como é, ocupa-se em manter sua tropa unida para tentar eleger seu sucessor.
Ele já escolheu quem: Rogério Rosso (PSD), deputado pelo Distrito Federal, ex-presidente da Comissão Especial do Impeachment.
Rosso foi elogiado pelo governo e pela oposição por ter-se comportado com equilíbrio na condução do processo de impeachment.
Se a candidatura de Rosso for capaz de agradar à tropa de Cunha, o atual presidente afastado do cargo poderá renunciar. Quando?
Não me arrisco a dizer.
Arrisco-me a prever que, renunciando ou não, ele será cassado até meados de julho. E por folgada maioria de votos.