Leticia Fernandes, O Globo
Após quatro meses de manobras regimentais e adiamentos, incluindo a troca do relator, o Conselho de Ética votou, na noite desta terça-feira, pela admissibilidade do processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por quebra de decoro parlamentar. Por uma diferença de apenas um voto, os parlamentares decidiram continuar a investigar o peemedebista. O presidente do conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), teve o voto de minerva e desempatou a votação – que foi de dez votos favoráveis e dez votos contrários à abertura de investigação – e seguiu o relator, o deputado Marcos Rogério (PDT-RO).
Essa é uma decisão difícil, talvez uma das mais difíceis que já tomei na minha vida, mas não posso, em hipótese nenhuma, votar diferente. Eu não quero condenar ninguém, a minha intenção é investigar, saber a verdade. Portanto voto com o relator – disse, sendo aplaudido por parlamentares.
Cunha tentou evitar a reabertura da sessão, que foi encerrada no início da tarde porque começou a sessão do plenário. Com o plenário já vazio e apenas seus aliados presentes, ele chegou a prorrogar a sessão até meia-noite, mas, sem mais nenhum parlamentar para discursar, e com apelos de membros do conselho, foi obrigado a encerrar.